Advogados apresentam defesa ao júri de Carla Cepollina

Na retomada do julgamento no fórum da Barra Funda, na tarde de hoje, a defesa de Carla Cepollina iniciou a fala. Os advogados terão 30 minutos para expor a sua versão sobre o caso. Em seguida, ocorrerão a réplica e a tréplica, antes da decisão dos jurados.

Cepollina é acusada de matar em 2006 o então namorado, o coronel Ubiratan, comandante do Massacre do Carandiru e será julgada por homicídio triplamente qualificado (por crueldade, motivo fútil e sem chance de defesa).

Acusação

A acusação tentou mostrar, em uma hora e 30 minutos, que apesar de Carla ter estudado nos melhores colégios, ela é extremamente explosiva, o que teria levado ela agir com agressividade ao flagrar mensagens trocadas entre o coronel Ubiratan e a delegada da Polícia Federal Renata Madi.

Para corroborar a afirmação, a acusação lembrou um momento do julgamento em que ela se irritou com o depoimento de um delegado e acabou expulsa da sessão após se pronunciar. O advogado Cascione apontou também o momento em que Carla exigiu ser chamada de “doutora” enquanto prestava depoimento ontem.

Nessa primeira parte dos debates, a acusação também ressaltou os horários das mensagens e das ligações feitas entre o celular de Ubiratan e da delegada e dos horários dos tiros, que, segundo o promotor, comprovam que Carla era a única pessoa dentro do apartamento no momento do crime.

Crime

Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, o coronel Ubiratan foi baleado em seu apartamento, nos Jardins (zona oeste), no dia 9 de setembro de 2006.

A investigação da polícia apontou Cepollina como única responsável pelo crime. Ela foi a última pessoa a ser vista entrando no apartamento, e, segundo a polícia, sua motivação seria o ciúme.

Ela foi indiciada pela polícia e denunciada pelo Ministério Público sob a acusação de homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.