Administrações petistas recebem mais recursos

Brasília  – A base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem todo cacife para impor seu poder na disputa pelas prefeituras no ano que vem. No mapa das capitais, os aliados já superam os adversários, não só em números, mas em cifras. A comprovação está no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi): de R$ 44.155.714 transferidos este ano às capitais, a critério do governo federal (sem exigência legal), R$ 21.028.960 foram para as oito cidades administradas pelo PT.

Um exemplo está no Sudeste. Enquanto Belo Horizonte, administrada pelo petista Fernando Pimentel, é contemplada com R$ 3.368.408, o Rio de Janeiro, do pefelista César Maia, recebeu somente R$ 328.303; São Paulo, da petista Marta Suplicy, R$ 2.169.532. A maior fatia ? R$ 6.781.565 ? foi destinada a Aracaju, de Marcelo Déda. Também no Nordeste, Fortaleza, administrada pelo peemedebista Juraci Magalhães, que faz oposição ao PT na capital, foi contemplada com magros R$ 656.685.

Tratamento diferenciado

João Pessoa, governada pelo tucano Cícero Lucena, recebeu somente R$ 329.246. Ainda no Nordeste, a capital que mais se aproximou de Aracaju foi Salvador, sob a administração do PFL carlista. Foram R$ 3.768.666. Depois dele, foi a vez de Maceió, de Katia Born (PSB), com R$ 2.418.648.

“A situação está difícil para os governadores também. A Paraíba já chegou a receber R$ 300 milhões em 2000. Mas este ano que está terminando só recebemos R$ 15 milhões de transferências voluntárias”, disse o governador Cassio Cunha Lima (PSDB). Somando-se o destinado às capitais do PT às oito capitais administradas pelo PSB, pelo PDT, pelo PPS e pelo PL, o bolo abocanhado pela base aliada chega a R$ 31.092.369.

Esses números se referem aos repasses voluntários eleitos entre as despesas herdadas do governo passado. O atual governo selecionou, entre os gastos inscritos em restos a pagar, suas prioridades. E liberou os recursos dentro das restrições orçamentárias que enfrenta.

Para a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, existiam R$ 3,3 milhões inscritos em restos a pagar, incluindo dois convênios com Ibama (R$ 1,4 milhão), Ministério da Agricultura (R$ 300 mil) e R$ 570 mil para praças esportivas. Todos foram cancelados pelo governo federal. Sobrou a promessa de execução de R$ 1,3 milhão em habitação. Curitiba, do também pefelista Cassio Taniguchi, enfrenta igual aperto. Até agora, recebeu R$ 340.196,00.

Oposição teve só R$ 8 milhões

Brasília

(AG) – As prefeituras de capitais administradas pelos partidos de oposição, segundo o Siafi, receberam R$ 8.085.783 ? incluídos aí os R$ 3,8 milhões liberados para Salvador, onde os carlistas apóiam o governo Lula e não podem, portanto, ser considerados adversários. Sem eles, são R$ 4.317.117.

Outras quatro prefeituras ? duas do PMDB e duas do PP ? conseguiram da União R$ 4.977.562.

Entre os petistas, a prefeitura que recebeu o menor volume de recursos foi a de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com apenas R$ 64.571. Em compensação, à cidade de Pelotas, administrada pelo petista Fernando Marroni, foram destinados R$ 9.793.429.

No Estado do Rio, a cidade de Niterói, cujo prefeito é o petista Godofredo Pinto, foi beneficiada com a destinação de R$ 4.356.019, dez vezes mais do que a capital do estado.

No estado de São Paulo, a cidade de São Carlos ? também administrada pelo PT ? foi a que mais recebeu recursos em repasses voluntários inscritos em restos a pagar do ano passado. Foram R$ 4.094.271. Depois, foram os R$ 2,169 milhões destinados a São Paulo e mais R$ 2 milhões para Guarulhos, outra cidade administrada pelo PT.

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