Acusados no caso Bruno são ouvidos em Minas Gerais

A ausência de um dos advogados no início desta manhã no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, atrasou em cerca de uma hora o início da audiência na qual começam a ser ouvidos os acusados de sequestro e assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes de Souza. O jogador não deve ser ouvido hoje.

Dos nove réus no processo, a previsão é de que cinco prestem depoimentos nessa audiência: a ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodriques do Carmo Souza, Elenílson Vitor da Silva, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno.

Na fase de inquérito, apenas Sales e Dayanne prestaram depoimentos. Os outros acusados, por orientação dos advogados, preferiram o silêncio. O advogado de Elenílson, Frederico Franco, afirma que orientou seu cliente a prestar depoimento à Justiça. Elenilson era caseiro do sítio de Bruno em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte, onde, segundo a polícia e o Ministério Público (MP), Eliza foi mantida prisioneira antes de ser morta.

Franco admite que seu cliente esteve com Eliza no sítio, mas afirmou que ele não tem conhecimento de nenhum crime. “Outros réus também estiveram com Eliza lá (no sítio). Mas ninguém sabe de homicídio. Ela saiu um dia e não a viram mais”, disse. A jovem foi vista pela última vez no início de junho e seu corpo nunca foi encontrado.

O teor do depoimento de Dayanne não foi revelado até o momento. Já Sales confessou o crime e apontou a participação dos outros réus. Na audiência da última sexta-feira, dia 5, porém, ele interrompeu o depoimento de uma testemunha de defesa e alegou que havia sido torturado pela polícia para dar as declarações. As alegações constaram na ata da sessão, mas só hoje ele será ouvido formalmente.

Também foram marcadas audiências amanhã e depois para os depoimentos dos réus, mas a juíza Marixa Fabiane Lopes, que preside o processo, não revelou a ordem em que eles serão ouvidos.

No início sessão, o advogado José Arteiro Cavalcante, que representa Sônia Fátima Moura, mãe de Eliza, afirmou que tinha a intenção de levar o bebê da jovem para a audiência, mas a Justiça não autorizou. A criança, que seria fruto do relacionamento de Eliza com Bruno, está sob a guarda de Sônia, que acompanha a audiência.