Brasília – O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) corre risco de ser expulso do partido por causa do bate-boca com o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), anteontem, no qual ACM afirmou que houve roubo dos recursos do partido. Bornhausen disse que ainda vai estudar as medidas pertinentes na esfera judicial, no Senado e no partido.

O deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) disse que a declaração de ACM incomodou a todos e ele próprio se sentiu atingido por ser membro da Executiva do partido. “Quando diz que há roubo no partido eu me sinto atingido porque sou da Executiva, afirmou Maia. Para contestar as afirmações do senador baiano, o ex-deputado Saulo Queiroz apresentou as contas do partido este ano, cerca de R$ 15 milhões, a maior parte oriunda do Fundo Partidário. Hoje, o caso será levado a todos os integrantes do partido.

A crise no partido começou anteontem quando o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e Antônio Carlos Magalhães protagonizaram um bate-boca público que terminou com o pefelista baiano acusando o senador catarinense de roubar recursos do partido. Para formalizar a acusação, ACM protocolou requerimento na Executiva Nacional pedindo informações urgentes sobre a arrecadação e a utilização desses recursos pela direção do PFL.

“Você vai ter de prestar contas do dinheiro que vocês estão roubando do partido”, disse ACM para Bornhausen, segundo relato do próprio baiano, numa discussão presenciada por poucos senadores na sala da Comissão de Constituição e Justiça, nas primeiras horas da manhã, antes de começar a reunião que votaria a reforma da Previdência.

“Quero lhe dizer que este partido esta muito mal comandado e precisa acabar a panelinha de que quem não tem voto mandar no partido. Eu tenho bancada, votos e não fui derrotado”, completou o baiano. Bornhausen teria respondido no mesmo tom, mas no fim do dia preferiu não fazer comentários sobre a divergência pública com ACM. Bornhausen ainda tentou botar panos quentes na polêmica, afirmando através de assessores que tratava-se de uma questão interna do partido e garantiu que o requerimento de ACM “será respondido com todas as informações solicitadas à tesouraria do PFL e demais órgãos competentes”.

A briga entre os dois principais líderes pefelistas foi fruto de uma notícia publicada no site do PFL na internet, que reproduziu uma entrevista do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) para o jornal “A Tarde”, comandado por adversários do senador.

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