ACM grampeia todo mundo na Bahia

Rio

– “Ele me disse que ia grampear e que isso seria para o meu próprio bem”. A declaração é de Adriana Barreto, uma das 232 vítimas do caso do grampo baiano, referindo-se, ao senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). “Ele disse a Adriana que ia me grampear para provar que sou bandido”, completou o advogado Plácido Faria, de 42 anos, marido de Adriana. O senador atribuiu as denúncias da ex-amiga a uma “expressão de todas as pessoas que têm saudade” e negou qualquer participação no grampo. Filha de um velho amigo do senador, Amadiz Barreto, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Adriana, de 30 anos, foi visitá-lo num hospital em Londres, onde ele fez uma operação nos rins em 1992. Quando o então governador voltou ao Estado, ela o visitou outra vez e o relacionamento começou a ficar próximo. Adriana foi trabalhar na Secretaria de Governo.

A partir de 1997, os dois começaram a aparecer juntos em público, primeiro em São Paulo e depois em Salvador. Os dois costumavam almoçar e fazer compras juntos. Em 1999, durante a Conferência Ibero-Americana de parlamentares, em Lisboa, Adriana fez parte da comitiva de Antônio Carlos. O relacionamento surpreendeu os amigos da advogada, por causa do seu temperamento discreto. Ela estudou num colégio conceituado, era do grupo de alunos estudiosos e não namorava. Considerada uma profissional promissora, teve um escritório de advocacia com duas amigas, mas o deixou depois que começou a trabalhar no governo. A relação esfriou após a renúncia de Antônio Carlos, em 2001, por causa da violação do painel de votação do Senado.

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