Ação da PF prende policiais integrantes de grupos de extermínio na PB

A Polícia Federal da Paraíba iniciou hoje operação para desarticular grupos de extermínio compostos por policiais que atuavam em todo o Estado. Até as 11h45, 28 suspeitos já tinham sido presos.

Cerca de 400 policiais federais vão participar da ação Squadre -referência a Squadre d’Azione Mussolini, grupos paramilitares que atuaram durante o regime fascista na Itália.

A operação pretende cumprir 45 mandados de prisão, 11 conduções coercitivas e 19 mandados de busca e apreensão. As medidas judiciais serão realizadas principalmente na região metropolitana de João Pessoa.

Durante investigação das organizações criminosas, a PF constatou que os crimes eram cometidos principalmente por três milícias, que além de atuarem como grupos de extermínio, realizavam tráfico ilícito de armas, lavagem de dinheiro, extorsão e corrupção.

De acordo com as investigações, os criminosos estavam interligados pelo tráfico ilegal de armas e munições.

Segundo a PF, a primeira milícia é composta por policiais militares, policiais civis, um agente penitenciário e particulares, que que cometiam os crimes principalmente na região metropolitana de João Pessoa. As vítimas eram em geral presos e ex-presidiários, executados em razão de “acertos de contas”.

O segundo grupo é comandado por PMs e um delegado da Polícia Civil, e realizava segurança privada clandestina e comércio ilegal de armas e munições.

As vendas eram feitas por meio de uma empresa ilícita, em nome de “laranjas”. Os suspeitos também serão indiciados por crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

A terceira milícia é formada por policiais civis, policiais militares e um agente penitenciário, que extorquiam traficantes de drogas, assaltantes de banco e outros criminosos.

A investigação foi iniciada há cerca de um ano e contou com a colaboração da Polícia Federal, do Ministério Público Estadual, da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba, do COT (Comando de Operações Táticas da Polícia Federal) e dos GPIs (Grupos de Pronta Intervenção da Polícia Federal) de diversos Estados.

Ainda de acordo com a PF, as provas obtidas durante apuração ajudaram a solucionar diversos homicídios praticados na Paraíba e a evitar que as milícias fizessem novas execuções.

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