Mistérios do universo

3I ATLAS: o que a ciência revelou sobre o visitante interestelar que intriga o mundo

Imagem real mostra o cometa 3I Atlas
Visitante de fora do sistema solar intriga a internet com seus mistérios. O que é verdade ou boato? Foto: Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist - Processamento de imagem: J. Miller e M. Rodriguez

Um raro objeto vindo de fora do Sistema Solar tem causado alvoroço nas redes sociais e até em alguns meios de divulgação científica. O cometa 3I ATLAS, descoberto em julho pelo projeto ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), é apenas o terceiro objeto interestelar oficialmente identificado pela comunidade astronômica. Mas um mistério ronda a sua passagem por aqui: trata-se de apenas um cometa ou é uma nave alienígena?

O Observatório Nacional (ON) publicou um esclarecimento nesta quinta-feira (30) para desmistificar boatos que circulam sobre o visitante espacial. O astrônomo Jorge Márcio Carvano, do ON, explica que a órbita do objeto não é fechada em torno do Sol, diferente da maioria dos corpos em nosso Sistema Solar – característica que confirma sua origem interestelar.

“Esse é um objeto que veio de fora do Sistema Solar, vai passar a alguma distância do Sol e depois se afastará para nunca mais voltar”, esclarece o especialista. O cometa passará a cerca de 270 milhões de quilômetros da Terra, eliminando qualquer risco de colisão.

Por apresentar características cometárias como poeira e coma (a atmosfera que envolve o núcleo), recebeu também a designação “C/2025 N1”. Carvano contextualiza que cometas são formados por misturas de gelos, poeira e outros compostos que, ao se aproximarem do Sol, sofrem sublimação dos gelos, liberando poeira e formando a coma e as tradicionais caudas. Ou seja, não se trata de algo artificial, tal como uma nave alienígena como dizem na internet.

Imagem: NASA, ESA, David Jewitt (UCLA); Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI)

3I Atlas: Qual é sua origem?

O 3I/ATLAS provavelmente se formou ao redor de outra estrela da nossa galáxia, sendo expulso de seu sistema planetário primário. Diferente de outros objetos interestelares que apresentam órbitas bastante inclinadas, este parece ter pequena inclinação e cruza a órbita terrestre – fato que gerou especulações infundadas.

“Não há motivo para supor que o fato de o 3I/ATLAS ter uma inclinação pequena e cruzar a órbita da Terra signifique algo além de coincidência”, ressalta Carvano.

O comunicado aponta que boatos como “trajetória suspeita”, “massa excessiva” e “anomalias inexplicáveis” são infundados. As estimativas iniciais apontavam para um raio de aproximadamente 12 km, valor que depois foi revisado para entre cerca de 200 m e 3 km, ao considerar-se a coma. Todos os compostos detectados no objeto já são conhecidos em cometas do Sistema Solar, variando apenas em proporção.

3I Atlas causa alvoroço na comunidade astronômica

A comunidade astronômica internacional está mobilizada em campanhas de observação para refinar a trajetória e entender melhor o objeto. Em 21 de outubro, a rede de alerta International Asteroid Warning Network (IAWN) convocou uma campanha para observar o 3I/ATLAS durante sua passagem mais próxima do Sol, ocorrida em 29 de outubro.

O cometa representa uma janela rara para o universo interestelar: um objeto viajando por bilhões de anos e agora fazendo uma passagem única entre nós. Para quem acompanha os céus, o 3I/ATLAS é uma oportunidade de aprendizado — e exemplo de como separar fato de boato.

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