Brasil tem segunda menor taxa de pirataria de softwares do continente

O Brasil tem a segunda menor taxa de pirataria de softwares da América Latina em computadores pessoais (PCs). Do total de PCs funcionando no país, 64% teriam softwares pirateados, o que deixaria o país atrás apenas da Colômbia, com 55%. Por causa do tamanho da população e do mercado, entretanto, o Brasil registra as maiores perdas da indústria de softwares devidas à pirataria, que somariam US$ 659 milhões anuais. É o que revela o Estudo Global da Pirataria de Software 2005, referente ao ano de 2004, feito pela empresa privada de pesquisas IDC e divulgado no Brasil pela Associação Brasileira de Empresas de Softwares (Abes) e pela Business Software Alliance (BSA).

Trinta e cinco por cento dos softwares instalados em computadores pessoais de todo o mundo eram pirateados em 2004, conclui o relatório. Esse percentual representa queda de 1% em comparação a 2003, mas, ainda assim, os prejuízos globais com a pirataria alcançaram os US$ 33 bilhões.

Segundo a pesquisa, no ano passado, houve um aumento de vendas de PCs no Brasil de US$ 30 milhões, enquanto a receita de softwares aumentou menos da metade desse valor. O número adicional de usuários de internet em 2004 foi de perto de 2 milhões, o que elevou o total de internautas para 17.1 milhões. O número de usuários domésticos com acesso em banda larga cresceu 70%, chegando a 700 mil em 2004. Para a IDC, o crescimento de usuários de internet e dos usuários específicos de banda larga, com maior capacidade de transporte de informação, tem relação direta com o aumento do volume de uso de softwares piratas.

"Acredita-se que o aumento da pirataria de softwares no Brasil e no restante da América Latina se deve à combinação de maiores vendas de PC em revendas locais, com o aumento da disponibilidade de software pirata por meio da internet. Em países onde o carregamento de PCs de marca cresce muito mais rápido do que aqueles vindos de revendas locais, especialmente na venda de laptops, vemos o índice de pirataria cair", explica André de Almeida, consultor jurídico da BSA no Brasil, conselheiro da ABES, e membro titular do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, do Governo Federal.

Trinta e cinco por cento dos softwares instalados em computadores pessoais de todo o mundo eram pirateados em 2004, diz o relatório. O percentual representa queda de 1% em comparação a 2003. Mesmo assim, os prejuízos globais com a pirataria chegaram a US$ 33 bilhões. Os maiores índices de pirataria foram observados no Vietnã (92%), Ucrânia (91%), China (90%), Zimbabwe (90%) e Indonésia (87%). O menores foram registrados nos Estados Unidos (21%), Nova Zelândia (23%), Áustria (25%), Suécia (26%) e Reino Unido (27%).

Para o estudo, foram realizadas cerca de 7.000 entrevistas em 23 países. Além disso, foi usado o acompanhamento direto de informações de vendas e pesquisas privadas em 60 países, e o trabalho de analistas do IDC em 50 países. A IDC informou que leva em consideração a distinção entre softwares livres de pagamentos de direitos autorais e softwares partilhados gratuitamente (sharewares), além de distinguir softwares para plataformas que rodam, ou não, com sistemas proprietários da Microsoft, mas considera piratas os obtidos em sites de compartilhamento entre pessoas, chamados no jargão informático de P2P (sigla para a expressão person to person, pessoa para pessoa).

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