Brasil supera Canadá e Espanha até 2010, avalia banco

O chefe do departamento de pesquisas econômicas globais do banco Goldman Sachs e criador da sigla Brics, Jim O’Neill, disse nesta quarta-feira (14) ser muito possível que a economia do Brasil ultrapasse a do Canadá e a da Espanha no curto prazo. Estes dois países estão localizados logo à frente do Brasil na medição feita anualmente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). "É muito provável que em dois ou três anos, economicamente, o Brasil possa se tornar maior do que o Canadá e a Espanha", comentou, enfatizando que o câmbio deve auxiliar nesta mudança de colocação.

De acordo com o estudo de O’Neill sobre os Brics (sigla que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), para se manter entre as seis maiores economias do mundo, até 2050, o Brasil teria de registrar avanço "só" 3,5% ao ano. Além destes quatro países, também permaneceriam entre as maiores potências Estados Unidos e Japão. "Me divirto muito quando perguntam sobre a concorrência (do Brasil) com a China e Índia. É impossível crescer da mesma maneira que países que têm mais de 1 bilhão de pessoas, pois para crescer 8% ou 9% ao ano tem de haver muita gente", disse o economista em encontro com jornalistas, realizado no Hotel Emiliano, em São Paulo.

Apesar de o País ter registrado expansão de 2,9% no ano passado, O’Neill mantém sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% ao ano. "De repente o Brasil pode ter um desempenho até melhor do que o imaginado", considerou. Isso porque, segundo ele o País possui muitos recursos a serem explorados. E, de acordo com o economista, o Brasil tem hoje uma condição econômica melhor do que há cinco anos, quando a expressão Brics foi usada pela primeira vez. "Nós não percebemos, na ocasião, que Brasil e Rússia eram donos de muitas coisas que a China e a Índia precisavam. E esta é uma imensa vantagem", afirmou.

Ele enfatizou ainda que o comércio entre os Brics tem apresentado crescimento acima da expansão do comércio geral.

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