Brasil, Rússia, Índia e China vão coordenar ações

As economias emergentes formalizam o grupo Bric e o chanceler Celso Amorim já alerta que o G-7, grupo das economias industrializadas, não tem mais como tomar decisões sem ouvir Brasil, Rússia, Índia e China. Hoje Amorim participou da primeira reunião de chanceleres dos países dos Brics, bloco inicialmente criado por analistas do mercado financeiro e que saiu do papel para tentar ganhar espaço político.

"O grupo se assumiu", afirmou Amorim, que às margens do encontro manteve reuniões com a China para alertar sobre o déficit comercial crescente do Brasil com Pequim. Um sinal de que nem todo o discurso de cooperação nos Brics tem sua contrapartida na realidade comercial entre as economias.

No comunicado final da reunião, o bloco concordou em coordenar ações em vários setores econômicos e políticos, com o objetivo de se transformar em um ator nas decisões internacionais. "Montar um sistema internacional mais democrático fundado no império da lei e em uma diplomacia multilateral é um imperativo do nosso tempo", afirmaram os ministros das Relações Exteriores dos quatro países.

Em declarações de que querem fazer parte do debate sobre a segurança internacional, os quatro países "confirmaram as aspirações dos Brics de trabalharem entre si e com outras nações a fim de fortalecer a segurança e a estabilidade internacionais".

Inflação

O compromisso envolveu também uma coordenação para tentar lidar com a alta nos preços dos produtos básicos (commodities). Amorim optou por criticar os subsídios agrícolas dados pelos países ricos e que estariam gerando distorções no comércio há anos. Para ele, isso acabou afetando a produção nos países mais pobres e agravando a crise hoje.

Já a China, importadora de alimentos e de combustível, atacou os especuladores e pediu uma coordenação entre produtores e os consumidores de petróleo para que a volatilidade dos preços não acabe afetando o crescimento das economias.

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