Brasil reduz taxa de mortalidade de crianças e sobe em índice do Unicef

O Brasil subiu três posições no ranking preparado pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) com base no índice de mortalidade de menores de cinco anos. O País passou da 93ª para 90ª posição, em uma lista em que o melhor ocupa a 192ª posição e o pior, a 1ª. O Brasil aparece empatado com República Dominicana e Cabo Verde e, na América Latina, à frente apenas de Guatemala, Suriname, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Bolívia e Guiana.

O País tem taxa de mortalidade de menores de cinco anos de cerca de 35 por mil nascidos vivos. A boa notícia é que a taxa média de redução da mortalidade nessa faixa – outro indicador usado pelo Unicef – aumentou no Brasil na comparação entre os períodos 1960-1990 e 1990-2003. Passou de 3,6% para 4 1% ao ano.

No entanto, pelo fato de o País ainda ter uma mortalidade de 35 por mil nascidos vivos, essa taxa ainda é baixa. O Chile, por exemplo, tem uma taxa anual de 5,3% mas uma mortalidade de 9 por mil — e quanto menor a taxa, mais difícil é manter o ritmo de redução.

"O Brasil conseguiu uma boa melhoria, mas países mais pobres tiveram melhorias mais significativas. Não é só a riqueza econômica que importa, mas como utilizar os recursos, o comprometimento político em colocar a criança no centro da agenda nacional, a acompanhando de serviços básicos", disse a representante do Unicef no Brasil, Marie Pierre Poirier.

O relatório do Unicef cita, ainda, a desigualdade brasileira como um fator que se esconde atrás de índices positivos. Um estudo feito no País mostra que crianças nascidas em famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo têm risco três vezes maior de morrerem antes dos 5 anos, 21 vezes maior de ser analfabetas e 30 vezes maior de viver em um domicílio sem abastecimento adequado de água.

"Essa é uma das minhas preocupações no Brasil. É preciso que o ‘Brasil para Todos’ seja realmente para todos, inclusive para essas crianças realmente excluídas, as mais difíceis de tratar", disse Marie Pierre.

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