Brasil pode ser excluído de isenção tarifária dos EUA

O Brasil corre o risco de ser excluído do sistema estabelecido pelos Estados Unidos que dá isenção de tarifas para a importação de certos produtos. Nesta segunda-feira (07), Washington informou que está iniciando pela primeira vez em 20 anos a revisão de sua política de preferências e uma das opções que está em estudo na Casa Branca seria a exclusão do País do sistema. Cerca de 20% de tudo o que o Brasil exporta para os Estados Unidos entram no mercado norte-americano graças às preferências.

O programa, conhecido como Sistema Generalizado de Preferências (ou GSP, sigla em inglês), foi criado em 1974. Atualmente, 133 países em desenvolvimento e 3,4 mil produtos se beneficiam de alguma forma do mecanismo. Mas o programa termina no final do ano e a Casa Branca já anunciou que tem a intenção de pedir ao Congresso sua renovação. A revisão começa com uma etapa em que empresas, governos e parlamentares podem fazer comentários em relação à manutenção das preferências até o dia 5 de setembro. Hoje, para fazer parte, os países precisam estar dentro de certos critérios: nível de desenvolvimento, o aumento de exportações e sua competitividade no mercado global e americano.

O problema é que, entre 2004 e 2005, as importações que entraram nos Estados Unidos e que se beneficiam do GSP aumentaram em 18%, somando US$ 26,7 bilhões. Os críticos do programa ainda apontam que apenas alguns países estão se utilizando do sistema, enquanto os mais pobres continuam fora do mercado americano.

Diante do crescente déficit comercial dos Estados Unidos e das críticas, o Congresso só autorizaria uma extensão do programa por mais cinco anos se algumas revisões fossem feitas. "Acreditamos que seja importante que esse programa seja autorizado novamente pelo Congresso. Nosso objetivo é para que mais países se beneficiem das vantagens", afirmou o representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab

Motivos

O governo americano avalia agora a possibilidade de excluir países do sistema por dois motivos. O primeiro deles é que as exportações dentro do programa aos Estados Unidos superem a marca dos US$ 100 milhões por ano e que sejam classificados pelo Banco Mundial como economias de renda média. Outro critério seria o de que os países excluídos sejam aqueles que representam mais de 0,25% das exportações mundiais, segundo dados da Organização Mundial do Comércio. Os países que entrariam nessa classificação são Brasil, Argentina, Índia, Rússia, África do Sul, Venezuela, Tailândia e Turquia.

No último ranking divulgado pela OMC, o Brasil representa 1% das exportações e ocupa a 23ª posição entre os principais parceiros comerciais. Para 2006, o País deve superar Suíça, Suécia e Áustria para ocupar a 20ª posição.

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