Brasil pode falhar em metas de saneamento, diz OMS

Genebra, 25 (AE) – O Brasil corre o sério risco de não conseguir atingir as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU em relação ao acesso da população ao saneamento básico. Um relatório que será divulgado amanhã (26) em Genebra pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Unicef alerta que mais de 2,6 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso aos serviços e que 1,1 bilhão não dispõe de água potável.

No Brasil, em 2002, 75% da população tinha acesso ao saneamento básico, contra 70% em 1990. Mas, para que a meta seja cumprida, o governo terá de garantir que 85% da população seja beneficiada pelo serviço até 2015.

No ano 2000, a comunidade internacional concordou em algumas metas que deveriam ser atingidas em 2015. Entre elas, está a redução pela metade da proporção da população mundial sem acesso à água potável e ao saneamento básico. A ONU estabeleceu que a redução pela metade deveria ocorrer com base nas taxas de 1990.

No que se refere ao saneamento, o atual relatório aponta que a meta provavelmente não será atingida no mundo. Se o atual ritmo de desenvolvimento não mudar, 500 milhões de pessoas continuarão sem esses serviços em 2015. A avaliação é feita com base em dados de 2002, ano que representaria a metade do percurso para o desenvolvimento entre 1990 e 2015.

No Brasil, a taxa aumentou em 5 pontos porcentuais na primeira metade do tempo estabelecido para que os países cheguem à meta. O problema é que o País terá de apresentar um desempenho duas vezes maior no tempo que lhe resta. Ainda assim, a prestação do serviço no Brasil está acima da média mundial, que é de apenas 58% da população mundial. A taxa no País está longe da média dos países ricos, onde 98% da população conta com saneamento.

O que também deixa os especialistas da Unicef em alerta é a diferença entre a situação do saneamento básico nas cidades brasileiras e no meio rural.

No que se refere ao acesso à água potável, o documento aponta que a meta deverá ser atingida tanto no País como no mundo. Os riscos, porém, existem. Se os investimentos não forem suficientes nos países em desenvolvimento, 800 milhões de pessoas poderão continuar a não ter acesso à água potável em dez anos, alerta o estudo.

No Brasil, a situação é mais confortável. O País conseguiu que 89% da população tivesse acesso à água potável em 2002. Pela meta, a taxa deve chegar a 91%.

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