Brasil não terá ”acordo por acordo”, afirma Pinheiro Guimarães

O Brasil não vai aceitar eventuais acordos internacionais que visem limitar o desenvolvimento econômico do país, afirmou hoje o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. ?Não existe acordo por acordo. Os acordos celebrados pelo Brasil vão ser equilibrados?, destacou, durante sua palestra no 8o Fórum do Planalto, no Palácio do Planalto, onde falou sobre a política externa brasileira para servidores da Presidência da República.

De acordo com o embaixador, o interesse do Brasil nas negociações internacionais é abrir mercados para aumentar as exportações, mas com acordos que prezem o equilíbrio entre as partes negociantes. Ele afirmou, também, que o Brasil aparece em alguns fóruns de negociação em posição desfavorável em outros com grande vantagem, como na Organização Mundial do Comércio (OMC), em especial por exercer a liderança do G-20 ? grupo que reúne 19 países em desenvolvimento.

? A imprensa mundial assinalou a liderança do Brasil?, disse ainda. O grupo foi criado no ano passado por uma iniciativa do Brasil e Índia. O grupo conseguiu uma vitória importante há algumas semanas, durante reuniões da OMC em Genebra, Suíça, quando os países em desenvolvimento conseguiram um acordo para que os ricos reduzam os subsídios à produção agrícola. Esse apoio aos agricultores dos países ricos prejudica os países em desenvolvimento porque possibilita a eles venderem seus produtos por preços mais baixos.

O embaixador afirmou também que, nas negociações internacionais, o governo vai primar pela “cautela”, para que aberturas feitas pelo Brasil em um determinado acordo não sejam usadas como exigências pelos países em outros acordos. Pinheiro destacou a importância da Argentina para o desenvolvimento do Mercosul. De acordo com ele, o Brasil deve tratar o país vizinho como “verdadeiro parceiro”, Isso porque, sem essa união, não haverá integração da América do Sul, o que, por extensão, prejudica os objetivos da política externa brasileira como um todo.

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