Brasil e Bolívia buscam solução para trabalhadores ilegais

Brasília – O ministro de Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, afirmou ontem (18) que seu país e o Brasil trabalham na busca de uma solução para a questão dos bolivianos que trabalham ilegalmente, principalmente em São Paulo.

Por causa da situação econômica na Bolívia, acrescentou, é comum a migração para outros países, como o Brasil, a Argentina e a Espanha. O chanceler boliviano disse ter conversado com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre "como podemos regularizar a situação dessas pessoas, pois em 2007 teremos eleições e, pela nossa lei, esses bolivianos têm que participar". Choquehuanca informou que tem recebido apoio do governo brasileiro para "que nossos compatriotas possam regularizar sua situação e receber um tratamento justo?.

Sobre a situação dos brasileiros que vivem da região de fronteira com a Bolívia, Amorim informou que já foram identificadas as famílias e que o governo estuda alternativas para resolver a questão. ?Estamos discutindo projetos que podem ter a cooperação de organismos internacionais, da Agência Brasileira de Cooperação, e outros recursos que estão sendo estudados para ver até que ponto é possível um reassentamento, junto com outros agricultores na Bolívia, e se for inevitável, trazê-los para o Brasil?, disse.

Em novembro, o governo boliviano decidiu expulsar estrangeiros que ocupassem ilegalmente terras no país. Amorim disse que há 19 famílias brasileiras nessa situação, mas que não foram expulsas e não deverão deixar a Bolívia até que os dois países cheguem a uma solução.

Também foi tratada na reunião a questão dos investimentos da Petrobras na Bolívia. Para o ministro brasileiro, a estatal poderá retomar esses investimentos, desde que haja um preço justo para o gás. ?Preço e investimentos estão ligados, não se pode discutir um sem falar no outro. Sempre temos enfatizado que é preciso que a remuneração seja justa, mas que torne os empreendimentos viáveis. Caso contrário, não pode haver investimento,? disse Amorim.

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