O Brasil já cumpriu com folga a meta de superávit primário (receita menos despesas, excluídos os pagamentos de juros) deste ano, que pode ser considerada a principal obrigação do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco Central, o superávit primário do setor público (União, Estados, municípios, empresas estatais e INSS) atingiu R$ 6,3 bilhões em novembro. Com isso, o saldo do ano saltou para R$ 70,3 bilhões, ou 4,94% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país) do período.
A meta estabelecida com o FMI era de economizar 4,25% do PIB neste ano, o que equivale a algo em torno de R$ 65 bilhões ou $ 66 bilhões, dependendo do crescimento da economia. Ou seja, o governo já tem uma folga considerável de R$ 4,3 bilhões a R$ 5,3 bilhões para cumprir a meta acertada com o Fundo.
Essa folga é importante porque os gastos do setor público sobem em dezembro, mês do pagamento do 13o salário. No entanto, a reserva deste ano é superior à feita no ano passado para o mesmo fim, quando no encerramento de novembro o governo havia economizado R$ 57,1 bilhões (4,67% do PIB).
O chefe-substituto do Departamento Econômico do Banco Central, Luiz Sampaio Malan, disse, entretanto, que não deverá haver sobras e que o superávit deverá ficar bem próximo da meta de 4,25% do PIB. Ele lembrou que, em dezembro do ano passado, o setor público teve um déficit de R$ 4,7 bilhões, resultado que pode se repetir neste ano. (FolhaNews)


