O Brasil apresentou suas experiências com biocombustíveis na 2ª Reunião Ministerial do Diálogo de Gleneagles sobre Mudança do Clima, Energia Limpa e Desenvolvimento Sustentável, que encerra nesta quarta-feira (4), em Monterrey, no México. Segundo o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Claudio Langone, que está à frente da delegação brasileira, os biocombustíveis são uma alternativa que permite aos países cumprirem suas metas, assumidas na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

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De acordo com um estudo que baseou as discussões da reunião, elaborado pelo consultor internacional Nicolas Stern, os países desenvolvidos terão prejuízo no futuro, caso não invistam a partir de agora em políticas de combate ao aquecimento global, como o uso de biocombustíveis. Stern sugere que esses países invistam 1% do orçamento na área. ?O Brasil assume uma posição de destaque nessa questão?, diz Langone.

O secretário-executivo explica que ainda é preciso convencer alguns países a não oferecer resistência à importação biocombustíveis de países em desenvolvimento. ?Se eles compram petróleo do Oriente Médio, também podem comprar biocombustíveis dos países em desenvolvimento. É preciso ampliar o financiamento para alternativas de energia limpa e garantir mercado internacional?, argumenta Langone.

O Brasil defenderá, na última plenária da reunião, que seja refoçada a necessidade de os países desenvolvidos cumprirem suas metas e responsabilidades. O Brasil ainda deverá sugerir que a implementação do Protocolo de Quioto seja acelerada e que os países do Grupo das 8 Nações (G8) acolham a proposta, apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente, que estabelece incentivos positivos para os países em desenvolvimento que reduzirem suas taxas de desmatamento.

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A 2ª Reunião Ministerial do Diálogo de Gleneagles tem caráter político. Ela antecede a 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas (COP12), que será realizada em novembro, em Nairobi, no Quênia. O Diálogo de Gleneagles é um fórum criado no âmbito do G8, em 2005, para complementar e reforçar negociações formais que se dão no contexto da Convenção sobre Mudanças Climáticas.