O deputado Jair Bolsonaro (PFL-RJ) anunciou hoje, no Rio, que é candidato a presidente da Câmara para evitar que o candidato do governo, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), dispute sozinho. Segundo Bolsonaro, os outros três candidatos – Vigílio Guimarães (PT-MG), José Carlos Aleluia (PFL-BA) e Severino Cavalcanti (PP-PE) – podem ceder às pressões partidárias e negociar a retirada das candidaturas.
"Eu sou cabeça dura; vou importunar o PT. Sei até onde posso chegar; não tenho esperança de derrotar o Greenhalgh, mas não quero votar em branco e quero ser uma opção para os outros deputados que também não querem", disse o deputado do PFL do Rio.
Segundo Bolsonaro, a tendência é que a administração federal troque cargos pela desistência dos demais candidatos, deixando o candidato do PT de São Paulo a presidente da Câmara sem concorrentes: "O Virgílio retira a candidatura se o João Paulo (Cunha, atual presidente da Câmara, do PT de São Paulo) conseguir um ministério, o Severino Cavalcanti vai fazer que nem nas últimas eleições, quando conseguiu a secretaria da Casa, e o Aleluia não vai sozinho, agora que o PSDB anunciou o apoio à candidatura do Planalto", afirmou.
O deputado do PFL, que antes de entrar na política era militar do Exército, é conhecido por defender posições consideradas reacionárias pelos defensores dos direitos humanos, como a redução da idade penal e o fim do Estatuto do Desarmamento. Sobre Greenhalgh, declarou: "Ele pode ser muito bom para advogar bandido, mas só serve para ser chefe de motim em presídio; como presidente da Câmara, será uma desgraça; ele é prepotente e vaidoso", atacou, lembrando que o candidato do PT de São Paulo a presidente defendeu na Justiça os seqüestradores do empresário Abílio Diniz e o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha.