Bolsões de pobreza

O Brasil continua a aparecer em posição ruim no relatório periódico patrocinado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), dado a público esta semana em Brasília. O Nordeste figura entre ?regiões atrasadas notáveis?, por não ter conseguido superar as seqüelas históricas da seca e a concentração da posse da terra.

Situações semelhantes também foram encontradas na China Ocidental, no Sul do México e no Estado de Ganges, na Índia. O relatório estabeleceu as chamadas Metas do Milênio, dentre as quais destacam-se a erradicação da fome, universalização do ensino básico, redução da mortalidade infantil, combate a doenças e sustentabilidade ambiental.

Como os demais 191 estados-membros da ONU, o Brasil deverá encarar o desafio de investir e aplicar as recomendações de um programa elaborado por 265 especialistas internacionais, visando concretizar o avanço social preconizado.

O País tem hoje 13 bolsões de extrema pobreza espalhados em 600 municípios, com uma população de 26 milhões de pessoas. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) detectado nesses bolsões é equivalente ao de Uganda, um dos países mais miseráveis do planeta.

Desse mapa indesejável foram excluídas as regiões metropolitanas com seus bolsões próprios de pobreza, como o Rio de Janeiro. Segundo José Carlos Libânio, coordenador de Avaliação de Políticas e Desenvolvimento Local do Pnud, ?dentro do município há índices de desenvolvimento comparados à Espanha, mas também à Suazilândia?. A mudança do quadro, entretanto, só virá com a unificação de esforços das três esferas de governo, nas áreas de atraso notável.

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