Bolívia reafirma interesse em aderir ao Mercosul, mas com ressalvas

Buenos Aires (Argentina) – O chanceler da Bolívia, David Choquehuanca Céspedes, reafirmou nesta sexta-feira (16) o interesse do país em ser membro pleno do Mercosul, mas frisou a necessidade de ?revisar? acordos assinados com o bloco para superar assimetrias.

O chanceler reforçou assim o que o presidente Evo Morales disse durante a última Cúpula do Mercosul, no início do ano, no Rio de Janeiro. A Bolívia tem atualmente o status de país associado. Os membros são Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

Choquehuanca disse concordar com as ?objeções? do Uruguai e do Paraguai, que pleiteiam compensações comerciais, mas advertiu que a Bolívia pretende ir ?mais além?. ?Queremos que o Mercosul possa beneficiar os pequenos produtores para superar as assimetrias entre as nações?, declarou na Embaixada da Bolívia em Buenos Aires.

Ele descartou a possibilidade de sair da Comunidade Andina de Nações e disse que a Bolívia pretende integrar os dois grupos regionais. Mas reconheceu dificuldades. ?No momento, [os blocos] não são compatíveis. Para fazer isso [integrar os dois], é preciso modificar algumas decisões tanto no Mercosul como na Comunidade Andina?.

O ministro defendeu a ?unidade sul-americana? e destacou as gestões de Morales e do argentino Nestor Kirchner. ?(Os presidentes) não trabalham em função dos intereses de uns poucos, nem das empresas. Eles decidiram lutar para o povo e a relação entre eles fortalece a região?.

Choquehuanca defendeu a unidade do continente ?não só no âmbito financeiro, mas também no campo energético e da integração física?.

O chanceler assinou ontem, com seus colegas da Argentina (Jorge Taiana) e Paraguai (Rubén Ramírez Lescano) um acordo para promover o desenvolvimento do Grande Chaco Americano, durante a 5ª Sessão do Comitê de Revisão da Implementação da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, na capital argentina.

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