Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), reconheceu nesta terça-feira (21) que será "muito difícil" a identificação da origem do dinheiro ? R$ 1,7 milhão em dólares e reais ? apreendido pela Polícia Federal em São Paulo. Esse dinheiro supostamente seria utilizado na compra de dossiê contra políticos do PSDB.

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Na operação, no dia 15 de setembro, foram presos Valdebran Padilha, ex-filiado ao PT, e o agente federal aposentado Gedimar Passos.

Segundo Biscaia, "aquilo que é mais importante, que é chegar aos agentes financeiros, será muito difícil". Ele acrescentou que "a Polícia Federal está tendo todo empenho neste sentido e essa CPMI cumpre seu papel complementar". Mas ressalvou que só com depoimentos a Comissão chegara, "lamentavelmente", a um resultado positivo sobre a origem dos recursos.  

Na opinião do presidente da Comissão, a compra de documentos não é crime: "O problema está na ilicitude da origem do dinheiro utilizado nessa operação".

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Nesta terça-feira, os integrantes da Comissão tomaram o depoimento de Padilha e de Jorge Lorenzetti, ex-coordenador do Núcleo de Informações do comitê da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lorenzetti negou ter autorizado qualquer transação que envolvesse dinheiro com a família Vedoin, dona da empresa Planam. E explicou que foi combinado apoio jurídico aos donos da empresa, que já respondiam a processos em transações financeiras envolvendo o Ministério da Saúde e prefeituras na compra de ambulâncias a preços superfaturados.

Pela segunda vez, o agente federal aposentado Gedimar Passos não compareceu para depor na CPMI. O advogado dele alegou problemas de saúde e sugeriu que o depoimento fosse transferido para a próxima terça-feira (28). Biscaia ficou de deliberar com a Comissão sobre o assunto e não afastou a hipótese de convocá-lo coercitivamente, ou seja, Gedimar Passos seria levado à força por agentes federais.

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