Biocombustíveis podem ajudar a controlar gases que causam o efeito estufa

O uso de combustíveis renováveis como o etanol e o biodiesel dão ao Brasil posição de vantagem em relação a outros países no combate a emissão de gases causadores do efeito estufa, segundo destacou a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. Nesta quarta-feira, o governo apresentou o primeiro inventário que mostra quanto o país emitiu desses tipos de gases no período de 1990 a 1994.

O documento, que será apresentado na próxima semana, em Buenos Aires, na 10ª Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas, calcula que o país emitiu 1.030 milhões de toneladas de gás carbônico em 1994. Isto representa um aumento de 5% em relação ao quadro apresentado em 1990.

De acordo com a ministra, os países desenvolvidos não tem opções de combustíveis renováveis como o Brasil. A maioria utiliza o gás natural para calefação e as experiências com geração de energia a partir do sol e outras fontes ainda não deram resultados significativos.

Dilma Rousseff lembrou o impulso que o etanol ganhou nos últimos anos no país com o lançamento dos veículos bicombustíveis ? movidos à gasolina ou álcool. Em 2003, a frota deste tipo de veículos era de 48.178 unidades. Em um ano, cresceu para 249.116. A estimativa que a frota chegue a aproximadamente 500 mil veículos até 2005.

Para a ministra, o biodiesel é outro importante instrumento para a mudança da atual matriz energética baseada no petróleo. "Nós temos um combustível renovável. É algo, que eu acredito, do ponto de vista ambiental, fundamental. Ele é um instrumento necessário nessa fase de transição". Ela destacou que o combustível renovável proveniente de plantas oleoginosas, como a mamona e o dendê, pode até mesmo se tornar um produto de exportação.

No início da semana, o governo lançou o Programa Nacional do Biodiesel, que autorizou a mistura de 2% do biocombustível ao óleo diesel, derivado do petróleo. O novo combustível poderá contribuir para a redução das emissões de monóxido de carbono (1,1% a 2,5%) e hidrocarbonetos (1,9% e 3,2%), conforme dados do Ministério de Minas e Energia.

Dilma Rousseff citou ainda o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Segundo a ministra, a Eletrobrás já contratou projetos para geração de energia eólica, Pequenas Centrais) e biomassa (327,46 MW). Ela informou que os projetos começam a funcionar nos próximos dois anos. O Proinfa deverá reduzir, anualmente, em 2,5 milhões de toneladas as emissões de carbono no país.

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