Bernardo defende que Brasil seja acionista pleno da CAF

O Brasil entrará no projeto do Banco do Sul em igualdade de condições e obrigações com Argentina e Venezuela, de acordo com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Segundo ele, a idéia é que o aporte inicial para capitalizar o banco seja igual ao dos países que trabalham com maior afinco no projeto.

O valor do investimento não foi citado, mas notícias recentes veiculadas na imprensa Argentina apontaram que aquele país pretende destinar até 10% de suas reservas internacionais para a constituição do banco, o que representaria um valor de US$ 3,5 bilhões.

"Se considerarmos que será uma organização em forma de cooperativa, certamente vamos colocar o que for posto pela Venezuela e Argentina", informou o ministro, que participa da assembléia anual dos governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Bernardo, entretanto, seguiu a linha do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e defendeu que, primeiro, se pense em fortalecer a Corporação Andina de Fomento (CAF), que é constituída por 17 países da região, sendo que apenas Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela são sócios plenos

De acordo com o ministro, o plano agora é levar o Brasil a se tornar também um acionista pleno, o que exigirá um aporte adicional de US$ 1 bilhão – o País já destinou US$ 200 milhões ao órgão.

"Já temos, inclusive, orientação do presidente Lula para irmos à frente e fazermos essas alteração", afirmou, ressaltando que a aplicação do dinheiro deverá ser feita de forma gradual.

Nos bastidores da reunião do BID, tem crescido o debate em torno do suposto caráter político da iniciativa, principalmente pelo engajamento dos presidentes da Argentina, Néstor Kirchner e da Venezuela, Hugo Chávez, no projeto.

Bernardo, no entanto, nega que o Banco do Sul seja uma iniciativa de oposição aos organismos multilaterais sediados em Washington, como o próprio BID e o Banco Mundial (Bird).

"Esse negócio de uma instituição como opositora da outra torna a questão muito política. Na verdade, as instituições competem entre si e isso é salutar", disse.

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