BB antecipa liberação de recursos para custeio da safra

O Banco do Brasil está antecipando a liberação de R$ 1,5 bilhão para a compra de insumos, como sementes e fertilizantes. Ao divulgar a decisão hoje, o vice-presidente de Agronegócios e Governo da instituição, Ricardo Alves da Conceição, disse que, no ano passado, o valor foi de apenas R$ 590 milhões. Ele lembrou que a antecipação dos recursos atende pleito dos produtores por financiamentos em “épocas oportunas”.

O representante do Banco do Brasil informou que, do total de recursos de R$ 15,5 bilhões estimados para a safra deste ano, faltam apenas ser liberados R$ 3,7 bilhões. Ele acrescentou que, de julho de 2002 até o final deste mês, estarão à disposição dos produtores agrícolas R$ 11,8 bilhões. Este valor é 40% superior ao registrado no período anterior de R$ 8,5 bilhões.

Segundo Conceição, contribuem para garantir o bom fluxo dos recursos destinados à safra o crescimento das aplicações na caderneta de poupança e dos 25% dos depósitos à vista, que os bancos privados são obrigados a destinar ao financiamento da agricultura, além da regularidade dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O vice-presidente explicou que, da antecipação de R$ 1,5 bilhão, que pode ser sacada até junho deste ano, R$ 900 milhões terão taxa de juros controlada de 8,75% e R$ 600 milhões terão taxa livre. Com isso, ele espera uma taxa média na prática entre 12% e 15%, ao ano.

O Banco do Brasil está também disponibilizando R$ 450 milhões para a safra de inverno (trigo, cevada e centeio) contra R$ 250 milhões, em 2002. O dinheiro pode ser sacado até junho próximo, com taxa de juros de 8,75%. A taxa cai para 4%, no caso da Agricultura Familiar. Ele destacou o forte apoio do Ministério da Agricultura para fortalecer a safra de trigo e lembrou que o setor já teve recursos para estocagem de sementes evitando que essas fossem vendidas para consumo.

O vice-presidente informou ainda outra liberação de recursos no valor de R$ 250 milhões, 150% a mais que em 2002, autorizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), para a estocagem de milho, a preço de mercado. Segundo ele, esse ajuste de linha de crédito é importante para financiar as indústrias e, em conseqüência, garantir o abastecimento interno, já que com os preços do produto em alta, há risco de aumentarem as exportações. Com isso, se o país precisar de milho, terá de importar a preços elevados.

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