Banespa é campeão da Superliga de Vôlei

Nalbert disse adeus às quadras ganhando o inédito título brasileiro que faltava na sua carreira mesmo sendo campeão mundial e olímpico. Aos 31 anos, no seu último jogo antes de se transferir para o vôlei de praia, ele foi campeão da Superliga Masculina de Vôlei com o Banespa/Mastercard/São Bernardo. O time paulista venceu a Telemig Celular/Minas por 3 sets a 2 (25/22, 21/25, 21/25, 25/22 e 15/13), neste domingo, no Mineirinho lotado (16,5 mil pessoas) e fechou o playoff decisivo por 3 a 2.

E Nalbert ainda ajudou o Banespa a fazer a festa na casa do adversário e a conquistar um título que o clube não ganhava desde 1991/1992 (quando o campeonato ainda era a Liga Nacional). Impedindo também que o Minas fosse campeão pela quarta vez da Superliga.

Nalbert foi uma referência no jogo deste domingo. Falou ainda no vestiário, na preleção – "Dei até uma choradinha, mas logo me recompus", confessou -, tentando motivar o jovem grupo (23 anos é a média de idade). "Disse que independente do que acontecesse eu estava muito orgulhoso de todos e do que tínhamos feito."

O Banespa tinha perdido três vezes por 3 a 2 para o Minas na Superliga. Mas neste domingo foi diferente. O time mineiro dominou, mas foi a equipe de São Bernardo que virou.

O Banespa venceu de forma espetacular. Após ganhar o primeiro set, perdeu as duas parciais seguintes e entrou no quarto set pressionado pela torcida, que gritava muito e vaiava, principalmente Nalbert – foi chamado de "burro" várias vezes quando errou saques ou parou no bloqueio.

No último set, o Minas ainda abriu vantagem por 8 a 4. O Banespa empatou por 11 a 11 e não perdeu mais o controle do placar.

Nalbert acha que a virtude foi acreditar sempre na vitória. "No esporte coletivo é isso: o que vale é o grupo, um suprindo a deficiência do outro. Hoje eu não estava num grande dia, mas o time fez o que deveria fazer e saímos campeões todos juntos."

Ele definiu o título inédito como maravilhoso. "É a despedida dos sonhos, vai ficar gravada pelo resto da minha vida meu último jogo aqui… com o ginásio cheio, jogando pelo clube campeão", admitiu Nalbert. "A temporada de clubes que fechou esse meu ciclo foi simplesmente perfeita: campeão do Paulista, Grand Prix e Superliga, com um time de moleques."

Nalbert se considera "um cara de muita sorte" pela carreira que teve. "Acho que metade fui eu quem fez e a outra as pessoas com quem trabalhei. Quero ir para a praia, mas dependo de patrocínio."

O técnico do Minas, Marcos Miranda, que já confirmou o desejo de voltar ao vôlei de praia, poderá ser o futuro treinador de Nalbert. "Não escondo de ninguém que ele é a pessoa com quem gostaria de trabalhar, mas tudo dependerá do patrocinador que eu arrumar", disse o jogador.

Ele não revelou quem são os jogadores com quem negocia para ser seu parceiro na praia. Se não conseguir o patrocínio, em dois meses, disse que vai repensar a volta para as quadras.

O técnico Mauro Grasso, do Banespa, disse que esse é o grupo mais merecedor do título que já teve nas mãos. Um time jovem, que contou com a experiência de Nalbert, 31 anos, e do levantador Leandro, de 33, reserva de Vinhedo.

"O título é um reflexo do que foi o trabalho e a união do grupo. Eles acreditaram mesmo quando estava 8 a 4, para o Minas, no tie-break, e o Nalbert foi peça fundamental, mesmo quando não recebeu a bola", disse Mauro Grasso.

Marlon, capitão do Minas, observou que o time não foi competente na hora de decidir. "Na virada de quadra, no quinto set, não soubemos cumprir o que foi determinado no banco que era rodar o ataque, nossa característica principal, o fundamento no qual fomos melhores toda Superliga. Faltou cabeça para decidir."

Já o técnico Marcos Miranda elogiou o rival. "O título está bem entregue, o Banespa foi melhor nos momentos decisivos. As duas equipes fizeram grandes campanhas, estão de parabéns, e esse jogo foi decidido no coração."

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