Banco Central e Polícia Federal se unem para combater falsificação de dinheiro

Para combater a falsificação de cédulas e moedas no País, o Banco Central e a Polícia Federal firmaram nesta terça-feira, em Brasília, um acordo de cooperação técnica que prevê o compartilhamento de dados e treinamento de pessoal. Hoje, as duas instituições têm informações distintas sobre o assunto e a idéia é que o Departamento de Polícia Federal tenha acesso às informações do sistema de registro nacional de falsificação, arquivo organizado pelo BC e que reúne dados sobre o assunto desde 1999.

De acordo com o presidente da instituição, Henrique Meirelles, constam no banco de dados histórico, informações geográficas e tipo das falsificações. Essas informações, comentou ele, subsidiarão as investigações da PF. Meirelles e o ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, assinaram o acordo.

De acordo com o chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, João Sidney de Figueiredo, até 1994 eram raros os problemas de falsificação de notas no Brasil. "A inflação muito alta fazia o dinheiro perder rapidamente o valor de face, o que não era um estímulo para a falsificação", afirmou. Mas agora, só no período de janeiro a novembro, foram apreendidas 431.638 cédulas falsas no País, quantidade superior à registrada em 2005, quando foram apreendidas 425.305 notas falsas. As notas foram recebidas pelas instituições financeiras e repassadas ao BC. Proporcionalmente, as falsificações representam 0,01327% das cédulas em circulação no País, informou o BC. Em 1994, foram apreendidas 1.046 cédulas falsas e o pico ocorreu em 2003, quando foram identificadas 534.539 notas falsas.

As cédulas mais falsificadas no Brasil são as de R$ 50. Essa nota é usada em cerca de 70% das falsificações; em segundo lugar está a cédula de R$ 10 (21% das falsificações). A maior incidência de falsificação é na região Sudeste (61%), seguida do Sul (14%) e do Nordeste (13%). Pesquisa da instituição realizada em 2005 mostrou que 53% dos brasileiros verificam se a cédula é verdadeira ao recebê-la, sendo que 27% dessas pessoas costumam fazer a verificação com todos os valores e não apenas com as notas de valor mais alto.

Apesar de admitir que o número de falsificações será maior em 2006 do que em 2005, Figueiredo disse que o Brasil não se encontra na pior posição do mundo. "Por isso é importante reforçar as ações de combate", disse. O nível de falsificação é medido pelo número de cédulas falsas por milhão de notas em circulação. A expectativa do BC é que o ano de 2006 feche em 132 notas falsificadas por um milhão de notas em circulação. Na zona do euro, esse número é de 56 e no Japão, uma nota por milhão. No Canadá, no entanto, essa relação é de 275 por milhão, disse ele.

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