Uso de combustível adulterado dá prejuízo

Abastecer o veículo com gasolina adulterada pode parecer um bom negócio na hora de pagar a conta mas, em pouco tempo, esta economia gera gastos maiores, além de muita dor de cabeça.

Para fugir deste problema, a recomendação para o consumidor é abastecer em postos de confiança e solicitar sempre que quiser um teste de qualidade da gasolina.

O combustível adulterado faz o carro perder rendimento, falhar em retomadas de aceleração e aumentar o consumo do automóvel. Também traz outros problemas, como danos nas velas de ignição, obstrução total ou parcial das válvulas que injetam o combustível no motor.

Élcio Antônio Bergossi, encarregado de oficina da Servopa Automóveis, é quem faz o alerta. “Em pouco tempo o consumidor precisa gastar muito mais do que economizou para consertar os danos causados pelo uso do combustível adulterado”, explica.

Segundo Roberto Fregonese, diretor do Sindicombustíveis -Paraná, o Estado possui hoje cerca de 2.600 postos de gasolina sendo 400 deles na capital. “Na maioria, estes locais são honestos e cumprem todas as exigências da Agência Nacional do Petróleo. Infelizmente temos pessoas de má-fé, como acontece em outros segmentos.”

Ele explica que os combustíveis adulterados são mais baratos, pois junto com a gasolina são adicionadas outras substâncias com menores impostos, como é o caso do álcool, do benzeno e do solvente de borracha. “Estas substâncias prejudicam muito o funcionamento do carro, desde perda no rendimento até problemas mais graves, no caso dos solventes”, conta.

Conforme informa Fregonese, a gasolina custa para o posto de R$ 2,17 a R$ 2,22 por litro, contando a margem de lucro, que é de cerca de R$0,30, o valor pago pelo consumidor em Curitiba varia de R$ 2,29 e R$ 2,59. Estes dados apontam que o combustível vendido a R$ 2,17 ou menos, tem fortes indícios de ser adulterado, pois anularia qualquer margem de lucro do estabelecimento.

Com este cenário é possível verificar que a máxima “o barato custa caro” é verdade neste caso. Se um consumidor abastecer seu carro com 40 litros pagando R$ 2,17, ele pagará R$ 86,80. Se esta mesma pessoa abastecer o carro com a gasolina a um preço de R$ 2,40, o valor do tanque de 40 litros ficará R$ 96. O comprador economizaria R$ 9,20. Élcio Bergossi explica que mesmo no primeiro tanque, o consumidor já teria problemas e prejuízos.

“Dependendo do tipo de solvente usado no combustível, o carro já começa a apresentar problemas nos primeiros 10 km rodados. Um dano comum é a obstrução das válvulas injetoras, que manda o combustível para o motor. Quando isso acontece, é preciso fazer uma limpeza de injeção, que custa R$ 122 em média, em casos mais graves e de longo uso desta gasolina, o prejuízo pode chegar a R$ 4.000,00, quando há a formação de borra no sistema de lubrificação do veículo, causando sérios problemas ao motor”, afirma.

Papel do consumidor

Para o diretor do Sindicombustíveis-PR, o consumidor tem papel importante na luta contra a venda de combustíveis adulterados. “Na maioria das vezes, o cliente chega no posto, abastece e vai embora rapidamente. Este é um erro que pode se refletir em prejuízos para ele. O ideal sempre é escolher dois ou três postos de confiança, pedir testes de qualidade, sempre que achar necessário. O posto é obrigado por lei a fazer o teste, que é rápido e eficiente. Além disso, pedir a nota fiscal é outra garantia importante para o consumidor no caso de ter problemas no futuro”, explica o diretor. Bergossi, da Servopa Automóveis, também fala do papel do comprador. “Abastecer em postos com bandeiras conhecidas é uma atitude que também ajuda o consumidor a prevenir o uso de combustíveis adulterado”, conta. Dados do valor da gasolina: 1.ª quinzena de julho.