A Fiat renovou o sedã Siena, cujas versões 1.3 e 1.8 agora vêm com motores bicombustível, que rodam com álcool ou gasolina, puros ou misturados em qualquer proporção. E a missão de desenvolver o novo visual do seu compacto sedã foi confiada ao renomado desenhista Giorgetto Giugiaro.

Com isso, o compacto Siena ganhou linhas harmoniosas e coerentes. A dianteira é a mesma do novo Palio, lançado em novembro último e que passa agora a contar também com tecnologia Flex na versão HLX equipada com motor 1.8. A traseira recebeu poucas modificações. Vem com nova tampa do porta-malas, com linhas mais suaves e discreta saliência na parte superior, quase que um aerofólio. Outra mudança é o logotipo posicionado bem ao centro.

O novo conjunto óptico inclui lanternas translúcidas e bipartidas – uma parte delas fica na tampa traseira -, sendo que as lâmpadas foram redistribuídas. A luz indicadora de ré, em formato de canhão de luz, semelhante ao dos faróis, também dá ao conjunto um aspecto mais moderno. Para aliviar mais ainda o visual, a placa desceu para o pára-choque, com novo alojamento. Na lateral as mudanças ficam por conta das novas portas sem frisos – item que pode fazer falta no dia-a-dia -, e maçanetas de desenho mais moderno e ergonômico, com as fechaduras embutidas.

O interior, que tem as mesmas características do novo Palio, é outro ponto positivo do novo sedã. Sistemas inteligentes como computador de bordo, o My Car (que possibilita a personalização de diversas funções), sensores de estacionamento e chuva, retrovisor interno fotocrômico e rádio que reproduz MP3 são alguns dos novos equipamentos disponíveis.

De série, a versão HLX (a mais luxuosa e avaliada pelo Jornal do Automóvel) traz direção hidráulica, acionamento elétrico dos vidros dianteiros com comando “um toque” do lado do motorista, travas elétricas nas portas e grade dianteira com acabamento cromado. Apesar do novo visual, o novo Siena continua com a mesma capacidade do porta-malas da versão anterior: 500 litros.

O novo Siena HLX 1.8 Flex é daqueles modelos que melhoram quando conhecidos pessoalmente. No conjunto, a reestilização deixou o sedã da Fiat mais elegante, sem exageros nem ousadias. (BN)

OLHO CLÍNICO

Mas é no dia a dia que o modelo mostra suas principais qualidades. A motorização recebeu uma importante novidade, o sistema Flex na versão 1.8 – apenas o motor 1.3 tinha essa opção. O novo Siena 1.8 Flex ganhou apenas 3 cavalos de potência e 0,5 kgfm de torque em relação à versão anterior. Com álcool a potência sobe para os 110 cv – 7 cv a mais que a versão antiga a gasolina – e o torque é de 18,4 kgfm a 3.000 rpm, contra 17 kgfm a 2.800 do modelo 2003.

Avaliado em percurso urbano e em estradas, com álcool no tanque é possível sentir a diferença tanto nas respostas, que ficaram mais rápidas, quanto na facilidade com que ganha velocidade. Basta acelerar que o carro responde prontamente ao comando do pedal da direita. Mas, em compensação, o consumo aumenta consideravelmente. A relação de marchas não mudou, mas o comportamento do motor Flex é mais suave, sem deixar de oferecer torque em momento algum. A direção é ágil, porém o freio estava sensível demais no modelo avaliado. A estabilidade em curvas melhorou, sem a carroceria “jogar” tanto, quando exigida.

Segundo a Fiat, em trecho urbano, o Siena 1.8 faz 12,2 km/l (gasolina) e 8,4 km/l (álcool); na estrada o desempenho sobe para 16,3 km/l (gasolina) e 11,3 km/l (álcool).

Nas curvas o carro também transmitiu segurança sem pregar sustos e controlando a inclinação da carroceria. Assim como na geração anterior do sedã, o modelo manteve de série rodas de aro 14 e pneus 175/70, entretanto, a montadora oferece agora como opcional rodas de liga leve de aro 15 e pneus 175/65.

Segundo dados da montadora de Betim (MG), o modelo Siena HLX 1.8 chega a velocidade máxima de 187 km/h, com gasolina, e 189 km/h, com álcool. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 9,9 segundos, rodando com gasolina, e em 9,7 segundos com álcool.

O sistema de freio do novo modelo tem duplo circuito diagonal: na dianteira, disco ventilado – de diâmetro maior na versão 1.8 – com pinça flutuante; na traseira, tambor com sapata autocentrante. O sistema de freios ABS é opcional e vem com distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD). Os sensores do ABS são ativos, o que contribui com a eficiência e a precisão do sistema. Para maior segurança, o novo sedã dispõe, como opcional, de “airbags” frontais e laterais.

A Fiat manteve a filosofia de elevar o padrão das categorias em que atua. O Siena 1.8 XLX atende a esse critério. É um carro de padrão mais elevado, sem cobrar do consumidor preço de modelo médio. A expectativa da Fiat é que as vendas do modelo subam cerca de 10% este ano, pulando das 37.000 unidades emplacadas em 2003 para 41.000 unidades. (BN)

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