Montana tem espaço na caçamba e versatilidade

O que o consumidor espera de uma picape compacta? Que ela tenha espaço suficiente dentro da cabine, boa capacidade de carga e uma relação custo/benefício que compense. E é justamente isso que a Chevrolet Montana, picape recém-lançada pela GM, se propõe a oferecer.

São três versões, no primeiro veículo brasileiro fabricado só em versão multicombustível. O motor 1.8 8V lhe garante um bom torque e potência, que varia de 105 a 109 cavalos. A versão cedida para testes de avaliação foi a de entrada do modelo, a Flexpower 1.8 básica, que tem preço a partir de R$ 24 mil pela internet.

A Montana mostrou que se dá muito bem em estradas de terra, mesmo em sua versão básica, pois o modelo conta com uma outra, a Sport, mais urbana, e a Off Road, semelhante à Strada Adventure, da concorrente Fiat. A GMB acertou na solução de espaço interno. Você não fica com os ombros “tocando” no outro ocupante do banco, o que, em se tratando de carros compactos, pode ser considerado como um conforto a mais.

Espaço na caçamba é apenas um dos trunfos da Montana. Esta versão básica, (que deveria vir “pelada”), na verdade conta com retrovisores de controle interno (não-elétricos), vidros e travas elétricos, ar-condicionado, direção hidráulica, travamento automático das portas após a velocidade de 35 km/h e CD Player. É uma versão interessante, de bom custo/benefício.

A picape da Chevrolet está disponível em pacotes que mudam radicalmente o estilo do modelo: a básica conta com pára-choques pretos, molduras das caixas de rodas mais largas em preto, maçanetas e retrovisores também pretos, o que sugere um veículo voltado para o trabalho. A Sport está disponível apenas nas cores Preto Liszt, Vermelho Lyra e Prata Escuna, com detalhes da carroceria na cor do veículo, saias laterais, rodas de liga leve de 15 polegadas, capota marítima, entre outros itens que garantem um estilo mais esportivo, urbano e refinado.

Finalmente o pacote “Off Road”, que confere à Montana um ar mais aventureiro e rústico, ressaltado principalmente pelo quebra-matos com faróis de milha incorporados e pelo “santantônio”, além das rodas de liga leve de 14 polegadas com desenho exclusivo e dos estribos laterais.

Entre as novidades de equipamentos, a Montana traz as redes de carga e redes laterais, de grande utilidade e praticidade em transportar pequenos objetos. Outra exclusividade é a capota marítima, com “design” exclusivo, rente à linha da caçamba, dando aspecto de uma cobertura rígida.

Entre os itens de conforto, a picape traz travas e vidros elétricos que, quando integrados com o alarme, permitem o acionamento das seguintes funções pelo controle remoto do alarme: travamento, destravamento das portas e fechamento dos vidros. A garantia é de dois anos. (BN)

Boa de curva, mesmo tendo a frente leve demais, a Montana em testes de subidas de aclives mais acentuados mostrou-se com tendência a patinar as rodas dianteiras, principalmente com carga. Talvez isso se deva ao fato de ter caçamba mais alongada que a dos concorrentes e, tendo tração dianteira, com maior peso atrás ela se ressente um pouco. Mas nada que impeça um bom desempenho, desde que se tome um impulso inicial maior. Essa dificuldade em aclives não pesa apenas contra a Montana e também foi verificada na maioria das picapes compactas.

Avaliando o modelo por dentro, no dia-a-dia, nota-se que a Montana tem uma boa área envidraçada, mas em alguns momentos a visão fica prejudicada, principalmente através do retrovisor interno. Há um excesso de barras na caçamba. A estreita janela traseira e as barras de proteção da cabine prejudicam a visão através do retrovisor interno. A caçamba alta também contribui para o problema.

Uma delas fica na horizontal, tem diâmetro maior e, conforme o tamanho e a distância do carro que vem atrás, às vezes ele passa despercebido, necessitando do motorista maior atenção aos retrovisores laterais. A cabine agora oferece espaço atrás dos bancos para abrigar bagagens. Mas deixa a desejar se for comparada à versão cabine estendida da Fiat Strada. A GMB descartou lançar uma versão com este tipo de cabine, alegando que prejudicaria o espaço do compartimento de carga.

Outro item que diz respeito ao conforto está na baixa altura do banco do motorista, que por não ter regulagem faz com que o condutor com altura de 1,80 metro fique um tanto “enterrado” no banco, o que tira um pouco da sensação de se estar numa picape com maior altura do solo. É que a Montana utiliza as portas do Corsa, menores, obrigando a marca a utilizar pequenas subjanelas para tentar retirar os chamados “pontos cegos”, o que conseguiu apenas parcialmente. A regulagem da altura do volante faz falta.

Também chamam a atenção os degraus nas laterais (um de cada lado) para facilitar o acesso ao compartimento de carga. Mas faltou pneu mais adequado para andar em trechos de terra. São pequenos problemas para a engenharia da GMB resolver. (BN)

Cilindrada (cm3): 1.796

Consumo (km/l): Gasolina: 11,2 / 15,3 / 13, Álcool: 7,7 / 10,7 / 9,1

Distância entre eixos (mm): 2.714

Comprimento total (mm): 4.436 (Básica) – 4.436 (Sport) -4.557 (Off Road)

Largura carroceria (mm): 1.646 (Básica) – 1.646 (Sport) -1.767 (Off Road)

Largura total (mm): 1.954

Dimensões Internas da caçamba (mm)C/L/A: 1.682×1.315×538

Tanque de combustível (litros): 52,5