Isenção de impostos para carros populares

Proposta para facilitar a compra de veículos pela população de baixa renda vai ser apresentada ao governo federal, pelo setor de autopeças. A idéia é criar mecanismos para permitir a aquisição de veículos por intermédio da isenção de impostos, com o objetivo de ativar a capacidade instalada da indústria automotiva, cuja ociosidade é de aproximadamente 40%. Em compensação, o setor assumiria o compromisso de contratar novos trabalhadores.

O “Programa Carro Próprio” atenderia consumidores com renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos mensais, que ao adquirir Letras do Tesouro Nacional seriam beneficiados pela isenção dos impostos federais incidentes sobre os veículos, (IPI, PIS e Cofins), que correspondem a mais de 20% do valor de um carro considerado “popular”.

Segundo Paulo Butori, presidente do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), o consumidor desembolsaria uma prestação média de R$ 179,00 durante 36 meses, levando-se em conta um veículo com preço de R$ 15 mil.

Depois desse período, poderia resgatar o título e ainda receberia um certificado que lhe daria o direito de adquirir o carro em qualquer revendedora, sem pagar os impostos federais. O valor restante para a compra do carro (de cerca de 50% ), poderia ser financiado por um banco de montadora ou instituição financeira independente.

O governo seria beneficiado porque compensaria a renúncia fiscal com o aumento do fluxo de caixa, afirma Butori. “Além disso, não teria de pagar juros para captar o dinheiro no mercado”, comentou. De acordo com os cálculos do Sindipeças, a proposta tem um mercado de 8,2 milhões de potenciais compradores que hoje não têm acesso ao carro próprio.

Segundo Butori, a adesão mínima deverá ser de 7% nos primeiros anos, o correspondente a 250 mil veículos por ano. “Com essa adesão de 7%, o governo teria um fluxo de caixa de aproximadamente R$ 2 bilhões por mês e economizaria R$ 400 milhões em juros nos próximos nove anos”, calculou o presidente do Sindipeças.

Para produzir os 250 mil veículos adicionais por ano, o Sindipeças calcula que seriam necessários pelo menos 27 mil novos trabalhadores no setor, ou seja, cerca de 10 mil nas montadoras e mais 17 mil nas empresas de autopeças. A proposta do sindicato será discutida no mês de junho com representantes da CUT e da Força Sindical.

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