Esportivo estiloso e pronto pra disputar o topo

Com pouco mais de três meses de mercado brasileiro, o Chevrolet Cruze Sport6 já mostra que não será um coadjuvante na briga do segmento hatch médio. O modelo foi o segundo mais emplacado da categoria no mês passado, atrás apenas do Ford Focus, e olhando pelo retrovisor concorrentes de peso como Hyundai i30, VW Golf, Nissan Tiida e Peugeot 308. O visual mais esportivo colaborou para a rápida aceitação do carro pelo consumidor, especialmente daquele que valoriza requinte interior e bom nível de equipamento, outros atributos encontrados neste modelo.

Há quem o considere mais bonito que o sedã, cujas linhas já foram bastante elogiadas quando estreou por aqui em 2011. Na verdade, do para-choque dianteiro até a maçaneta da porta traseira, eles são idênticos. Os dois têm os mesmos faróis pontiagudos, a grade trapezoidal Chevrolet e os vincos laterais. A diferença está na traseira, que no Sport6 é arrojada e dá personalidade ao hatch – o caimento acentuado passa um ligeiro ar de cupê. As lanternas também são menos extravagantes que as do sedã e mais futuristas.

A família mantém o mesmo espaço amplo na cabine (2,68 metros de entre-eixos). No porta-malas, houve uma redução na capacidade de 450 para 413 litros entre as duas carrocerias. Em resumo, a aparência mais jovem do dois-volumes veio como uma opção para os fãs do Cruze, que dispensam a formalidade própria dos sedãs.

Recheado

Desde a versão de entrada a LT (R$ 60 mil) o Sport6 oferece um pacote de equipamentos interessante, como direção elétrica; quatro airbags (frontal e lateral); freios ABS com EBD; controles de estabilidade (ESP) e de tração (TCS); faróis com regulagem de altura; piloto automático; rodas de liga leve de 17”; e sistema de som multimídia com MP3, USB e entrada auxiliar, além de viva-voz, Bluetooth e seis alto-falantes.

O carro é equipado com motor 1.8 16V Ecotec Flex, de 144 cavalos (etanol), com opção de câmbio mecânico ou automático, ambos de seis velocidades. A reportagem avaliou pelas ruas de Curitiba a versão LTZ manual, que custa R$ 72 mil e incorpora de série mimos como partida do motor por botão (start/stop), sistema de navegação com GPS, sensores de aproximação para abertura das portas e de estacionamento, acionamento automático dos faróis e do limpador de para-brisa, rebatimento automático dos retrovisores externos, bancos de couro e teto solar elétrico, além de ganhar mais dois airbags (de cortina).

Evolução

Ao entrar no Cruze percebe-se a nítida evolução da Chevrolet no Brasil – o modelo é feito em São Caetano do Sul (SP). Um dos atrativos é o desenho moderno do painel, no estilo dual cockpit, separado por um console que se destaca pela presença de uma tela de LCD ao alto de 7 polegadas. As informações do GPS são de fácil visualização, bem como o funcionamento dos comandos. O ponto negativo é a tela não ser touch screen (sensível ao toque). O painel não possui emborrachado que afunda o dedo ao toque, mas transmite boa qualidade.

O quadro de instrumentos nos tons azul e vermelho é agradável aos olhos, principalmente à noite e também de fácil leitura. O cromado nos aros transmite requinte ao motorista. O volante revestido em couro tem boa pegada e os comandos do som e do piloto automático no volante facilitam o acesso a esses dispositivos, sem tirar a atenção da pista.

O mecanismo de abertura das portas sem chave e acionamento do motor através de botão permite deixar a chave literalmente no bolso e esquecer. Para abrir o carro, basta puxar qualquer porta ou deslizar o dedo no sensor presente na maçaneta. Ao sair, o mesmo toque no sensor trava todas as portas. A tecnologia está disponível apenas na versão LTZ.

Desempenho

Apesar do visual e do Sport no nome, o Cruze não é necessariamente um foguete na hora de acelerar. Porém, o câmbio manual, de seis velocidades (daí a nomenclatura do carro) é bem acertado e preciso, dando mais agilidade nas trocas de marcha. Com isso, um motorista mais experiente poderá tirar respostas interessantes dos 144 cv de potência (6.300 giros) e 18,9 kgfm de toque (a 3.800 rpm) oferecidos pelo motor 1.8 Ecotec. Na cidade, esse quesito não será notado, mas o pouco fôlego será sentido nas retomadas em estradas, principalmente se o carro estiver carregado.

O computador de bordo acusou consumo médio de 8,7 km/l no trânsito urbano, abastecido com gasolina. Já os dados de fábrica apontam que o Cruze vai de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos e chega a 204 km/h de velocidade máxima. É um carro, conforme afirmou a Chevrolet durante o seu lançamento, de “esportividade no estilo”, mas não um esportivo nato.

A suspensão é equilibrada em curvas e absorve bem as imperfeições mais superficiais do piso. No entanto, ao passar por buracos mais profundos, mostrou-se um pouco ruidosa. A posição de dirigir baixa reforça o estilo despojado, com os bancos envolvendo os ocupantes. A dirigibilidade é boa, destacando-se a precisão da direção que, assim como no sedã, tem assistência elétrica. Contribuem para isso os pneus 225/50 R 17.

Renyere Trovão/Gazeta do Povo
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