A Kombi faz sucesso no Brasil há 46 anos

Único modelo em fabricação contínua por 46 anos e o primeiro carro produzido no País, a Volkswagen Kombi já se tornou um marco histórico na indústria automobilística. Símbolo de “status” no passado, atualmente o modelo é utilizado no transporte escolar, como pastelaria, lotação, “motor-home” e ambulância, entre outras finalidades.

Idealizada pelo holandês Bem Pon na década de 40, que pretendia utilizar o confiável conjunto mecânico do VW Fusca em um veículo de carga leve, a produção da Kombi – abreviatura de Kombinationsfahrzeug, expressão alemã que define veículo multiuso – foi iniciada na Alemanha, em 1950. O destaque naquela época era a carroceria monobloco, a suspensão reforçada e o motor traseiro, refrigerado a ar, de 18,4 kW.

No Brasil, a Kombi passou a ser fabricada apenas em 1957. O modelo, de acordo com a Volkswagen, foi apresentado no dia 2 de setembro daquele ano, em solenidade que contou com a participação do então Presidente da República, Juscelino Kubitscheck, e do governador de São Paulo, Carvalho Pinto.

Com um índice de nacionalização de 50%, em 1957 a Kombi era equipada com motor de 1.200 cc. Cerca de quatro anos mais tarde, chegou ao mercado nacional a versão de seis portas (luxo e standard) com câmbio sincronizado. Além disso, o índice de nacionalização foi elevado para 95%.

Em 1967 surgiu a versão picape, equipada com motor de 1.500 cc e sistema elétrico de 12 volts. Em 1975, o veículo ganhou motor mais potente, de 1.600 cc e, três anos mais tarde, reforços e juntas homocinéticas e dupla carburação.

Mais mudanças ocorreram em 1981, quando foi adotado o motor a diesel 1.6. No mesmo ano a VW lançou as versões furgão e picape com cabine dupla. A opção por motores a álcool apareceu no ano seguinte. A linha 1983 ganhou novo painel e volante. A alavanca do freio de mão, por exemplo, saiu do assoalho e passou para debaixo do painel.

Os motores diesel e as cabinas duplas deixaram de ser fabricadas em 1985, mas a Kombi continuou incorporando novidades, como temporizador para o limpador de pára-brisa, bancos dianteiros com apoios de cabeça e cintos de segurança de três pontos. Em 1992, a Kombi recebeu conversores catalíticos de três vias, servo-freio com discos na frente e válvulas moduladoras de pressão para as rodas traseiras.

Atualmente, o modelo continua disponível nas versões Furgão, para até 1,1 tonelada, Standart, que pode ser utilizada no transporte de cargas ou de passageiros -nove pessoas -, Escolar, para o transporte de crianças e Lotação. Todos os modelos são equipados com motor 1,6 litro. Com o propulsor a gasolina, o modelo desenvolve potência máxima de 58 cv a 4,2 mil rpm e torque de 11,4 kgfm a 2,6 mil rpm. Já na versão a álcool, o modelo gera 67 de potência a 4,2 mil rpm e torque de 12,7 kgfm a 2,6 mil rpm.

Minibus poderá ser o sucessor da Kombi

A Kombi é mais ou menos como o Fusca. Um ícone para a Volkswagen e para uma legião de pessoas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, na década de 60, era utilizada pelos “hippies” como uma espécie de veículo albergue. Milhares delas eram vistas nas praças americanas, servindo de residências móveis para o pessoal itinerante daquela geração.

Recentemente, num dos salões alemães, a versão da Kombi do futuro foi mostrada. Trata-se do Minibus, o mesmo nome das últimas unidades da Kombi comercializadas na América. O Minibus é um veículo conceitual, capaz de levar oito pessoas a bordo e que conta com três fileiras de bancos.

O veículo conta com diversos monitores de vídeo de sete polegadas e com recursos modernos como o DVD, além de outros processos modernos de transmissão de informações. Seria um veículo ideal não para frotistas, como é o caso da Kombi, mas para traslado de executivos, como vem sendo feito no Brasil com “vans” do tipo Chrysler Caravan, versões da Kia, da Ducato e de outras.

Minibus

Seria exagero dizer que hoje esse veículo, o Minibus, pudesse substituir a Kombi. Isso porque o cliente da Kombi não seria o mesmo, vez que o veículo conceitual da Volks, mesmo sendo feito aqui, custaria algo em torno de R$ 60 mil – mais ainda se utilizar o motor europeu V6, que é o que equipa o modelo.

Mas neste País imprevisível que é o Brasil, quem sabe se a nossa Kombi – que já se tornou uma “lenda viva” por estas paragens – acabe se tornando um veículo moderno, confortável, espaçoso e a um custo mais acessível? As montadoras aqui não gostam muito de mexer em time que está ganhando, mas se houver demanda e escala de produção, a história passa a ser outra. Prova disso é que a entrada de modelos concorrentes no mercado mudou o posicionamento da VW, que vem atualizando a Kombi, dotando-a de teto mais alto, portas de correr e discretas modernidades.

O Minibus tem motor V6, faz de 0 a 100 km/h em 9 segundos e tem velocidade final superior a 200 km/h. Sua suspensão é muito mais evoluída que a da Kombi, contando com o que há de mais moderno em termos de estabilizadores e absorvedores de impacto para neutralizar o alto centro de gravidade desse tipo de veículo. Enquanto o Minibus não chega, vale a pena sonhar, com esse carro conceitual. (BN)

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