Atlético-PR “dá bolo” na festa da Conmebol

Os dirigentes do Atlético-PR causaram constrangimento e foram indiretamente chamados de mal-educados por causa do "bolo" que o clube deu nesta quarta-feira na Conmebol e na Toyota. Entidade e empresa marcaram entrevista em que foi anunciada a renovação do acordo de patrocínio da competição por mais dois anos, até 2007. Representantes dos dois clubes que decidem o torneio de 2005 foram convidados, mas os paranaenses, que ainda não engoliram o fato de não terem jogado na Arena da Baixada a primeira partida da final, não apareceram.

A ausência atrasou o início do evento, irritou Nicolas Leoz, presidente da Conmebol, deixou sem graça o pessoal da montadora japonesa e caiu na medida para nova série de estocadas de Marco Aurélio Cunha, superintendente do São Paulo.

"Vim com muito prazer e, acima de tudo, por educação", disse Marco Aurélio Cunha, ao ser questionado por um jornalista paranaense sobre a presença do São Paulo no encontro. Ele também rebateu com ironia as afirmações de que o São Paulo já comprou até a cerveja para comemorar o título. "Respeitamos o Atlético e nada está ganho. Cerveja? Nós comemoramos com vinho, que é um pouco superior."

Já Nicolas Leoz demonstrou contrariedade com a ausência dos paranaenses. "Eu não sei por que fulano ou sicrano não estão aqui. E não tem problema nenhum", respondeu o presidente da Conmebol, irritado.

A assessoria do Atlético alegou que os dirigentes não compareceram à entrevista porque o convite chegou próximo da data do evento e, por causa do envolvimento com a logística da decisão, não foi possível alterar os planos para mandar um representante. Nicolas Leoz sabia que iria ser questionado sobre a não liberação da Arena da Baixada para o primeiro jogo da final – o duelo aconteceu em Porto Alegre. Disse que a Libertadores tem um regulamento que foi assinado pelos clubes – "e tem de ser cumprido" – e listou nove exemplos de times que também não puderam decidir o torneio em seus estádios porque estes não tinham capacidade para comportar o público mínimo exigido – inclusive o Palmeiras, em 2000; o São Caetano, em 2002; e o Santos, em 2003.

"Se no próximo ano os clubes decidirem que a final pode acontecer, por exemplo, em estádios para 35 mil pessoas, a Conmebol homologa", avisou Nicolas Leoz.

O dirigente também não gostou das críticas feitas pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante a Copa das Confederações. Blatter culpou a Conmebol pelos desfalques de Santos e São Paulo na Libertadores (Robinho, Léo e Cicinho estavam na seleção brasileira), alegando que a Fifa definira seu calendário com antecedência e que caberia à entidade sul-americana adequar suas competições a ele.

"A Conmebol estabelece um calendário e é com esse calendário que se joga, independentemente de a Fifa ter outro", afirmou Nicolas Leoz, novamente mostrando irritação. "Existem outros meios para evitar conflitos", completou. Mas não disse quais são, pelo menos no seu entender, esses meios.

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