Até julho déficit da Previdência Social cresceu 13,6%

O déficit da Previdência Social atingiu R$ 2,264 bilhões em julho, o que representou um aumento de 18,9% em relação a junho (R$ 1,905 bilhão). No acumulado do ano, as contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão no vermelho em R$ 14,836 bilhões, valor 13,6% superior ao resultado acumulado nos primeiros sete meses de 2003, quando as despesas superaram as receitas em R$ 13,063 bilhões. Os números foram divulgados hoje (26) pelo Ministério da Previdência Social.

Os dados da Previdência Social demonstram que o ritmo de crescimento do déficit do INSS vem perdendo fôlego. Segundo o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, a desaceleração é conseqüência de um contexto econômico mais favorável, com crescimento do emprego formal e da massa salarial dos trabalhadores. “A base de financiamento da Previdência tem melhorado”, disse, admitindo que nos anos anteriores a arrecadação foi precária por conta do aumento do desemprego e da queda real dos salários.

Schwarzer explicou que as contas da Previdência Social estão diretamente relacionadas ao desempenho do mercado de trabalho. Com crescimento econômico, as empresas contratam mais e a arrecadação do INSS aumenta. Os dados dos primeiros sete meses do ano demonstram que a Previdência conseguiu manter o crescimento real da arrecadação no mesmo nível do aumento das despesas, em torno de 12% no período. A elevação das despesas com pagamento de benefícios se deu em razão do aumento de 8,3% do salário mínimo e do reajuste de 4,53% concedido aos benefícios acima do mínimo a partir de maio.

A elevação do déficit em julho, com relação a junho, não preocupa o secretário. Ele observou que isso ocorreu por causa da queda de cerca de R$ 500 milhões na recuperação de créditos. “Junho foi um mês excepcional e contamos com um crédito extraordinário do setor financeiro, que quitou dívidas da ordem de meio bilhão com o INSS”, explicou.

O pagamento de dívidas do setor bancário elevou para R$ 1,035 bilhão em junho a recuperação de crédito que, geralmente, fica abaixo da metade desse valor. De acordo com Schwarzer, em julho o ingresso de recursos por conta de pagamento de dívidas voltou ao normal e o INSS registrou ingressos de recursos da ordem de R$ 536 milhões.

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