Armínio Fraga e Malan elogiam escolha de Meirelles

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, enviaram cumprimentos ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, pela indicação de Henrique Meirelles para o BC. No meio da tarde, Fraga divulgou nota em que parabeniza Lula pela ” feliz escolha” de Palocci e Meirelles, acrescentando: “São pessoas qualificadas, que trazem o peso de suas experiências bem-sucedidas para a área econômica do governo que começa em 1.º de janeiro.”

Nos meios tucanos, a decisão foi recebida com aprovação pública, mas muita ironia nos bastidores. Desde cedo, quando a notícia já circulava, dirigentes do partido, ministros e auxiliares do presidente Fernando Henrique Cardoso comemoravam o fato de Lula ter ido buscar no ninho tucano um nome para acalmar o mercado. “Não se pode deixar de reconhecer que foi uma escolha abrangente”, comentou o presidente, durante almoço no Palácio da Alvorada. “Como o mundo dá voltas”, ironizou um dos ministros presentes. Fernando Henrique concordou, acrescentando que “o mundo é redondo e gira”.

Em São Paulo, o presidente nacional do PSDB, José Aníbal  também fez elogios à Meirelles, mas não deixou de criticar Lula. “Foi uma boa indicação, mas acho importante que Meirelles tenha dito que os fundamentos da economia brasileira são sólidos”, comentou Aníbal. “O que é bem distinto de dizer que a economia brasileira está na UTI, como fez Lula em Washington.”

Ainda pela manhã, num telefonema de Meirelles, Aníbal soube do convite e disse ao deputado que ele teria de se afastar do partido. “Entendi”, respondeu Meirelles. Num segundo telefonema do deputado, já em Brasília, Aníbal acrescentou que o parlamentar também teria de renunciar ao mandato. No terceiro contato, após o anúncio oficial, o dirigente tucano desejou boa sorte ao novo presidente do BC. “Foram conversas amistosas e ele tomou a boa iniciativa de dizer que estava se desfiliando”, comentou o dirigente do PSDB. “Assim, nem ele nem o partido ficaram expostos.”

Para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a indicação do futuro presidente do BC terá efeito positivo no mercado. “Acho que ele tem experiência nesta área e irá acalmar o mercado e evitar as ondas especulativas. Estamos torcendo por isso”, disse o governador.

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