Arauto de brasilidade

O Brasil, inobstante os percalços enfrentados, é rico em personalidades que se destacam nos mais variados ramos da atividade humana.

Uma delas é digna de realce, pelas qualificações pessoais de grande empreendedor na área empresarial, sendo intelectual de renome e de benemerência inigualável.

Refiro-me a Antônio Ermírio de Moraes.

Não o conheço pessoalmente, pois nenhum contato com ele mantive.

Apenas admiro-lhe, sobremodo, as qualidades e virtudes.

Sei que é presidente do Conselho de Administração do Grupo Votorantim, formado por várias empresas e que opera no Brasil há mais de oitenta anos, na área de metais, cimento, papel, química, eletricidade, sucos e várias outras, inclusive mantendo uma unidade em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.

Também conheço sua atividade no campo da saúde, em especial, no Hospital da Beneficência Portuguesa, instituição que reserva cerca de 60% dos seus serviços aos pacientes necessitados e conveniados com o Sistema Único de Saúde.

Não ignoro sua atividade intelectual, mercê dos artigos publicados em jornais e revistas, inclusive paranaenses e das peças teatrais que escreveu e produziu, focalizando problemas brasileiros, a exemplo de “Brasil S.A.” e “SOS Brasil”, sendo membro da Academia Paulista de Letras.

Como rotariano que sou, acompanho sua contribuição ao Rotary Clube de São Paulo, de que é modelo o excelente artigo “Água, mundo e Brasil”, dado à lume em “Brasil Rotario”, n.º 992, abril de 2004, onde chama atenção para “o esgotamento anual dos aqüíferos e a necessidade de se “implantar um rigorisíssimo controle populacional”.

Recentemente, afeiçoei-me à idéia de recortar os escritos do notável brasileiro, pela diversidade e qualidade dos temas enfrentados, todos, sem exceção, voltados aos problemas nacionais, com ênfase aos “A difícil arte de governar” (“Na administração dos recursos públicos, assim como na busca do poder, o povo tem o direito de exigir condutas retas e transparentes dos governantes, nada justificando manobras diversionistas que visem a deslocar sua atenção”); “Educação”: prioridade n.º 1 da nação”; “Prioridade Universitária”; “Irresponsabilidade fiscal nunca mais”; “A gula do Estado e a pobreza do povo”; “Agricultura: o carro-chefe do progresso brasileiro” e tantos outros que não pararia de enumerar…

Otimista com relação ao Brasil, os jornais noticiaram, não faz muito, que Ermírio de Moraes pretendia investir nada mais, nada menos que US$ 380 milhões na construção de novas usinas, elevando a produção de 370 mil toneladas de alumínio, na CBA, para 400 mil.

Porém, para seu desgosto e prejuízo para o povo da região da Ribeira, inclusive uma das mais carentes do Paraná, a usina de “Tijuco Preto”, iniciada há mais de 15 anos, se encontra paralisada, inobstante o alto investimento de US% 50 milhões em equipamentos, “por entraves criados pelas regras de meio ambiente”(O Estado de S. Paulo, 9/6/04).

Mas, se tão notável cidadão se constitui em verdadeiro “arauto de brasilidade”, por que o seu trabalho não é reconhecido e sua experiência aproveitada nas diversas esferas governamentais?

É verdade que ligeira incursão pela área eleitoral resultou infrutífera, desgostando-o, profundamente.

A dívida nacional não lhe foi paga.

O reconhecimento popular não deve ser postergado.

Antônio Ermírio de Morais é digno de nossa maior admiração e grande respeito!

Figura ímpar no cenário nacional não deve ser olvidado e, por isso, espontaneamente presto merecida homenagem!

O seu exemplo de vida prosperará e outros mensageiros de brasilidade haverão de existir!

Luís Renato Pedroso

– desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná e vice-presidente do Movimento Pró-Paraná.

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