Apoio da Unesco ao software livre ajuda na distribuição de riqueza, diz diretor do ITI

O apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) ao software livre auxilia o compartilhamento de conhecimento tecnológico e a distribuição de riqueza e poder. "Você passa a ter uma sociedade da informação que não é só para aqueles que sempre se beneficiaram das inovações, mas que pode beneficiar o conjunto dos povos", disse o diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Sérgio Amadeu.

A Unesco e o ITI lançaram na semana passada a II Conferência Latino-americana e do Caribe sobre Desenvolvimento e Uso do Software Livre (LACFREE 2005), com o objetivo de promover o intercâmbio de experiências na aplicação de software de código aberto em benefício do desenvolvimento econômico e social. O evento irá ocorrer de 28 de setembro a primeiro de outubro desse ano, em Recife, Pernambuco.

A coordenadora de Comunicações e Informação da Unesco no Brasil, Maria Inês Bastos, disse que o software livre facilita ações de inclusão digital, já que seu custo em relação ao software proprietário é bem menor. "Achamos que o apóio ao software livre irá contribuir para a realização do mandato da Unesco nessa área de livre trânsito de informação de dados".

O coordenador de Tecnologia da Informação da Unesco, Mercosul e Chile, Gunther Cyranek, elogiou a presença da Conferência no Brasil. "É um sucesso e uma janela para o Brasil desenvolver o software livre", afirmou Cyranek.

De acordo com Amadeu, o Brasil ainda enfrenta dificuldades para uma política tecnológica voltada para a implementação do software livre, abrindo espaço para outras empresas e negando a possibilidade de monopólio. Entretanto, segundo lembrou, existe uma solicitação para que seja formalizada a política de software livre em decreto, tornando norma de compra e venda. De acordo com a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), integrante da Frente Mista do Congresso Nacional, já existe uma determinação política para acabar com o envio de divisas para o exterior por conta do software proprietário. Alguns ministérios, por conta disso, já abandonaram o software proprietário, disse.

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