O dublê de ministro do Trabalho e Emprego e presidente da executiva nacional do PDT, Carlos Lupi, condição que segundo a escorreita advertência formulada pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, torna incompatível sua participação no ministério, mantém o cargo graças ao respaldo do silêncio obsequioso do presidente Lula.

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A única razão do presidente é não perder, num momento de espantoso embaraço no Congresso, os votos de deputados e senadores rendidos à suspicácia pessoal de um dirigente guindado à presidência de um partido que hoje conserva, a não ser pela resistência de intimoratas personalidades como os senadores Jéferson Peres (AM) e Cristovam Buarque (DF), uma esquálida demonstração de compromisso com os ideais de Leonel Brizola, o grande líder de outrora.

Uma das acusações explícitas à atuação do ministro Carlos Lupi é a de que teria transformado o ministério em cabide de empregos para ex-dirigentes da Força Sindical. Tanto é verdade, que o secretário-geral da pasta (substituto eventual do titular) é o ex-deputado e presidente da citada central, Luiz Antonio de Medeiros, arqui-rival de Lula nas renhidas disputas sindicais em São Paulo, onde contrapôs à ação agressiva dos líderes dos metalúrgicos do ABC, o comportado e patronal sindicalismo de resultados.

O ministro do Trabalho teria, ainda, a seu favor um parecer técnico encomendado pelo governo à Advocacia Geral da União (AGU), com divulgação prevista para o final do mês, mas do qual já se antecipou não enxergar ?incompatibilidade ética? na duplicidade de funções de Carlos Lupi.

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