Anunciado novo terminal de embarque para álcool industrial em Paranaguá

?O Governo do Estado tem sido um aliado em parcerias concretas e eficientes com a Alcopar?, disse o governador Roberto Requião na posse da nova diretoria da Associação das Usinas dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná na noite desta sexta-feira (27) em Maringá. ?Essa parceria já viabilizou um limite de R$ 2,1 bilhões junto ao BNDES, destinado à modernização da produção sucroalcooleira no Estado do Paraná e a criação de um terminal de granel líquido especializado em álcool, para evitar a poluição do terminal múltiplo. Assim, iniciamos a construção de um terminal público?, disse Requião.

?Será um terminal voltado para a economia paranaense e voltado para a exportação do álcool, sem contaminação de outros graneis líquidos?, completou o governador ao se referir sobre o terminal em construção no Porto de Paranaguá a um custo de R$ 14,7 milhões.

A obra compreende a instalação de oito tanques, bacias de contenção, plataforma de carregamento, escritório, sala de espera, manutenção, almoxarifado, arruamento e pavimentação, instalações mecânicas, casa de bombas e subestação. ?Num curto prazo, teremos este terminal pronto para atender a uma demanda em potencial crescimento, fazendo com que o Porto de Paranaguá esteja em perfeita sintonia com uma tendência mundial de especialização de terminais e berços e atenda da melhor forma um mercado cada vez mais competitivo?, disse Requião.

Da solenidade na Alcopar participaram ainda o ministro do Planejamento Paulo Bernardo, lideranças políticas e representantes do agronegócio de vários estados. O presidente reeleito, Anísio Tormena, vai administrar a entidade por mais três anos.

Lei Kandir

Na posse de Tormena, Requião destacou ainda que a crise que atinge o setor agrícola é sistêmica e se iniciou em 19946 com a Lei Kandir ? que isentou o ICMS da exportação de commodities, o que antes só favorecia a exportação de produtos industrializados. E comparou a situação com filmes antigos em que os ingleses, com suas grandes ?plantations?, na Índia e na África, monopolizavam monoculturas impondo a produção dos países.

?Precisamos pensar em novas tecnologias e produção de produtos mais sofisticados, mas basicamente não podemos nos submeter a monopólios? afirmou acrescentando que ?o Brasil não é um estado associado como Porto Rico e não pode ter sua agricultura submetida a interesses de grandes empreendimentos multinacionais?.

Um dos caminhos para evitar o monopólio, conforme Requião, é o restabelecimento da diversidade porque ?evita as crises da monocultura?. ?A diversificação garante uma blindagem. É uma retaguarda firme para o país que quer competir no mundo e o mundo inteiro subsidia sua agricultura?.

Pacote agrícola

O governador afirmou ainda que os R$ 60 bilhões que o governo federal está se dispondo ao agronegócio representa seis anos de arrecadação do Estado que estão sendo irrigados na agricultura. ?Mas não é só isso que nos entusiasma. O dólar está cotado a R$ 2,40 e nos bons momentos da agricultura brasileira, esteve a R$ 2,17. Isso significa que estamos avançando de alguma forma e com perspectivas mais interessantes?, destacou.

Requião reafirmou ainda sua posição em relação à soja transgênica reforçando que o Paraná tem conseguido um preço melhor quando o fator ?climático? prejudica as safras dos EUA e da Europa. ?Hoje, os Estados Unidos já perdeu 56.7% das exportações para a União Européia e nós estamos entrando lá porque os europeus não compram a soja transgênica?.

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