Antes, o Carnaval

Para o presidente da República não é problema concordar com a velha mania de deixar as decisões para depois do Carnaval. Ou seja, não se conhecerá o ministério do segundo governo antes do final do mês. O palpite mais cotado em Brasília é que o anúncio somente aconteça na primeira semana de março. Até lá, seguem as especulações.

O problema é que não houve acordo no loteamento dos ministérios, diretorias de empresas estatais e cargos comissionados, sobretudo numa arena conturbada pelo interesse dos onze partidos que povoam a chamada coalizão governista.

Na verdade, Lula está pondo em prática um pouco do maquiavelismo de hábil negociador, de resto, qualidade que aprendeu no diálogo com a classe patronal do ABC paulista.

A pressão dos partidos por postos de relevo na Esplanada é algo assustador, e começa na cocheira, com a marcação cerrada do Partido dos Trabalhadores. PMDB, PTB e PP são também assíduos nas ante-salas do Palácio do Planalto, cada qual reivindicando cargos à altura de sua importante contribuição para a rebarbativa governabilidade.

Mesmo o PDT, até ontem na oposição, faz mesuras ao governo, apresentando-se o indomável senador Jefferson Peres como pacífico cordeirinho…

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