Antecipação do plantio de feijão supera expectativa

Dos 346 mil hectares que devem ser cultivados com feijão das águas no Paraná nesta safra, 84 mil hectares já foram semeados. De acordo com técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, os números indicam que 24, 2% da área destinada ao plantio de feijão já está semeada.

O chefe do Setor de Previsão de Safras, Dirlei Antônio Manfio, disse que a antecipação do plantio da cultura surpreende. Segundo ele, a semeadura do feijão nesta mesma época do ano passado atingia apenas 8,7% da área destinada ao produto. ?Os 24,2% superam até mesmo a média de plantio das últimas seis safras, que foi de 17,6%?, disse.

Na região de Jacarezinho, no norte do Estado, o plantio de feijão foi adiantado, pelo menos, em 20 dias. Isto, comparado ao mesmo período de 2004. Segundo o economista do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura em Jacarezinho, José Antônio Gervásio, a pressa em plantar o feijão foi uma conseqüência da volta das chuvas na região. ?Na última safra, com a estiagem, muitas áreas por aqui permaneceram sem cultura alguma. Com o fim da seca, os produtores animaram-se e voltaram a plantar feijão?, lembrou.

O produtor Paulo Morozona, de Wenceslau Braz, foi um dos agricultores que decidiram investir na atividade. Ele lembrou que o calor e a umidade favorável contribuíram para que o plantio do feijão das águas fosse efetuado mais cedo este ano.

Mas segundo Morozona, os preços do feijão praticados na época do plantio também ajudaram a optar pela cultura. ?Nesta safra, cultivo quase 27 hectares de feijão. Minha lavoura foi semeada 25 dias atrás. Na época, o preço recebido pela saca de 60 quilos do produto estava entre R$ 100,00 e R$ 120,00?, afirmou.

O produtor Taurino Alexandrino Loiola, também de Wenceslau Braz, lembrou que dificilmente os produtores da região vão se esquecer dos prejuízos causados pela estiagem na safra passada. ?Em nossa região, a cultura mais prejudicada foi o feijão da seca, plantado entre os meses de dezembro e janeiro. Por aqui, a perda da produção foi de 60%. Com os 40 dias sem chuva, eu não consegui colher nenhuma vagem. Os produtores da região acabaram descapitalizados?, afirmou.

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