Ano do Brasil dá cores a Roland Garros

Este é o ano do Brasil na França. E, em alguns pontos da eterna Paris, as vibrantes cores brasileiras estão em vitrines de lojas, próximas a monumentos e irão dominar várias festas programadas para estes meses. Em Roland Garros, apesar das poucas chances de Gustavo Kuerten, é incrível o número de torcedores brasileiros, que incentivados pelos bons momentos de Guga, aprenderam a gostar e a visitar este torneio.

Roland Garros transformou-se num belo e emocionante motivo para se viajar à França. Muab Rodrigues, de um grupo de Natal, no Rio Grande do Norte, do alto de seus 47 anos, confessou. "Esta é a realização de um sonho de criança", disse em sua primeira viagem a Paris.

Da capital potiguar veio um grupo de 16 pessoas. Todos são tenistas de fim de semana, "peladeiros" como se definiram. O médico Fábio Rodrigues, acompanhado pela sua mulher, Kassandra, envolvida em lenços e colares verde-amarelos, foi o idealizador da viagem. Transformou-se em agente de viagens, comprou passagens, acertou hotel e só foi tropeçar na compra de ingressos.

"É muito difícil conseguir as entradas. Compramos com antecedência pela internet, mas nem sempre nos entregam os ingressos que pedimos. Além disso, está faltando as entradas para a final. Os cambistas já estão pedindo 500 euros", contou Rodrigues.

A compra de ingressos em torneios de Grand Slam é o mais duro e frustrante desafio para os torcedores, sejam brasileiros ou não. As escalas dos jogos só são divulgadas na véspera. Assim, ontem à tarde (horário de Paris), este grupo de Natal ainda não sabia onde Guga jogaria. Tinham em mãos ingressos para a segunda quadra mais importante do evento, a Suzanne Lenglen, mas Kuerten e David Sanchez jogarão na quadra 2.

Com certeza, vão partir em busca de alguém que queira trocar. E nesse caso, como têm a posse de entradas mais caras que a quadra 2, não deverão encontrar dificuldades. "De qualquer maneira, acho que o sacrifício compensa. O torneio é demais e até consegui um autógrafo do Guga", contou Fábio Rodrigues, exibindo sua camiseta assinada pelo tenista.

Com vários grupos como estes, e muitos outros bem menores, por todos os cantos de Roland Garros, hoje em dia pode-se ouvir português. Nem todos são muito familiarizados com tênis e querem estar ao lado dos jogadores brasileiros. Mas já existe também a segunda geração de torcedores. Este é o caso da campineira Mariana Seixas. Seus pais são fanáticos torcedores de tênis. Já viram Guga ser campeão em Paris e agora aproveitam a viagem para trazer a filha, que, como seu irmão, também joga tênis.

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