Animais marinhos viajam pelo interior

Crianças que moram longe do litoral e mesmo as que residem em regiões litorâneas estão conhecendo de perto espécies que vivem no fundo mar. Através do projeto Toque Animal, realizado pelo Instituto Ecoplan, uma organização da sociedade civil de interesse público paranaense, diversos crustáceos, equinodermos e moluscos, como ouriços, esponjas, estrelas-do-mar, camarão, lagosta, entre outros, estão sendo levados para oito regiões do Paraná. O objetivo é conscientizar as crianças da importância da preservação dessas espécies.

O Toque Animal começou no mês de julho, como uma proposta da Secretaria de Estado da Educação de acrescentar algo diferente ao projeto Fera (Festival de Arte da Rede Estudantil), cuja intenção é formar uma rede estudantil de cultura nas escolas do Estado, com a promoção de atividades artísticas e culturais. A bióloga do Ecoplan e coordenadora do Toque Animal, Vanessa Flores Ferreira de Souza, disse que até o mês de outubro cerca de 20 mil estudantes de escolas estaduais deverão ser contemplados pelo projeto.

As espécies são levadas até os municípios em quatro tanques itinerantes, uma adaptação de minipiscinas chamadas de touch tanks (tanques de contato). Os animais são conservados em água preparada com sal, e todos são adquiridos em lojas especializadas, que possuem licença ambiental. Esse detalhe, comenta Vanessa Flores, é um dos aspectos trabalhados com as crianças. “Nós sempre falamos que não se pode tirar as espécies do seu habitat, e que aqueles animais têm autorização dos órgãos ambientais para estarem ali”, comentou.

Biólogos e orientadores ambientais explicam para os alunos a função e comportamento de cada espécie, e os espectadores também podem tocar nos animais. “É uma aula de biologia que, com certeza, nenhum deles esquece”, define a coordenadora, acrescentando que essa experiência trabalha ainda os diferentes sentidos das crianças, como o tato, olfato e visão.

Cabeçorra

Junto com as piscinas, os orientadores do Toque Animal também estão levando uma cabeça taxidermizada do peixe mero. O objetivo é falar dos recifes artificiais, outro projeto desenvolvido pelo Instituto Ecoplan, que visa à preservação do peixe, hoje ameaçado de extinção. Segundo Vanessa, isso tem causado bastante curiosidade nas crianças, que não imaginam que o mero – que chega a pesar até 400 quilos – vive no litoral do Paraná.

O projeto Toque Animal já percorreu as regiões de Paranaguá e Cascavel, e agora segue para Cornélio Procópio, Umuarama, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa e Apucarana. Depois de outubro, adiantou Vanessa Flores, o projeto será ampliado, ganhando novas espécies, que serão levadas para mais escolas do Estado, como uma proposta permanente do instituto.

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