O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, acredita que o controle do consumo de gás natural seria mais prudente se fosse feito por meio da restrição do produto pelo preço. "É preciso que haja algum tipo de regra para quando faltar o gás natural. Essa regra será mais eficiente se ocorrer por meio do preço", disse o executivo durante o evento "Agenda do Gás Natural para o Estado de São Paulo", promovido pelo governo paulista.
Kelman lembrou que existem alguns usos do gás que são flexíveis. "Em uma necessidade do País, o setor veicular poderia ser induzido a consumir um outro combustível. A indústria idem. Vale lembrar que metade do consumo de gás no segmento industrial é destinada para o aquecimento e não como matéria-prima", justificou o diretor da Aneel.
O executivo classificou como complexa a imposição de um contingenciamento do gás para o atendimento da demanda do setor elétrico. "Iremos causar um racionamento de gás para a indústria ou para os taxistas quando ainda se tem água nos reservatórios para gerar energia elétrica? É muito complexo isso", afirmou.
A boa notícia, na visão de Kelman, é que a Petrobras já caminha numa estratégia de preços para controlar a demanda de gás. "A companhia tem disponibilizado ao mercado novas modalidades de contratação mais flexíveis, indo na direção do preço", avaliou.


