Amorim ouve apelo para “tirar brasileiros do inferno”

"Tirem os brasileiros do inferno que está o Líbano, o mais rápido possível". Esse foi o pedido ouvido pelo chanceler Celso Amorim dos brasileiros evacuados de Beirute e do restante do território libanês. Hoje, o ministro fez uma visita à Adana, cidade que está servindo de base para os estrangeiros que deixam a guerra no Líbano. Entre os brasileiros que estão sendo resgatados, o apelo era para que o governo não abandone as pessoas que até agora não conseguiram sair do país.

Amorim percorreu ontem os hotéis de Adana onde estavam os brasileiros e foi até o aeroporto despedir-se das pessoas que conseguiram embarcar ontem no vôo da Força Aérea Brasileira (FAB). Sua explicação às pessoas evacuadas era de que o governo brasileiro conseguiu um número de ônibus superior ao total de passageiros. "Tínhamos condições, por exemplo, de retirar 400 pessoas do Vale do Bekaa, mas apenas cem brasileiros se apresentaram para sair da região", contou o chanceler. Ao todo, 1,1 mil brasileiros já deixaram o Líbano.

Amorim deixou claro que vem negociando com o governo israelense para que os comboios não sejam atacados, mas admitiu que não recebeu nenhuma garantia de proteção. Enquanto isso, o governo turco prometeu ontem ao chanceler que poderá hospedar outros mil brasileiros em colégios da cidade caso a guerra se intensifique e o fluxo de evacuados aumente. O Brasil ainda pediu "tolerância" por parte dos turcos em relação a parentes de brasileiros que vinham nos comboios, mas traziam apenas passaportes libaneses. O Itamaraty pediu que essas pessoas também fossem autorizadas a entrar na Turquia, com a promessa de que não ficariam no país e que viajariam ao Brasil.

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Durante sua visita, o chanceler pegou crianças no colo tirou fotos e deu entrevistas à imprensa local. Mas os próprios diplomatas contam que ministro "deu sorte" ao passar apenas por grupos que já sabiam que sairiam da região. Ontem, Amorim foi à decolagem do avião da FAB, e não a chegada do comboio que vinha da Síria com brasileiros exaustos, tensos e sem saber o que ocorreria.

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