Alta do PIB no semestre “não é tão excepcional”, diz Força Sindical

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,2% no primeiro semestre desse ano ante igual período do ano passado “não é tão excepcional assim” se a avaliação tomar como base o desempenho fraco de 2003. A opinião é do presidente da Força Sindical, a segunda maior central do País, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

“Claro que o resultado é positivo, mas se lembrarmos que ao longo de 2003 o PIB retrocedeu 0,2%, e o primeiro semestre daquele ano foi muito fraco, vamos notar que o desempenho desse semestre de 2004 não é tão excepcional assim”, disse Juruna.

O sindicalista se mostra apreensivo em relação à continuidade do crescimento ao longo de 2004 após as indicações do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de que poderá aumentar a Selic em breve para conter o risco inflacionário. Para ele, além de equivocadas, tais indicações prejudicam as negociações das campanhas salariais do segundo semestre. “Criaram um ambiente no qual a participação da renda do assalariado deve diminuir, para não termos risco de inflação por aumento de consumo”, observou. “Os empresários já se mostrando mais reticentes em negociar aumentos reais de salário porque começam a projetar alguma queda de atividade se os juros subirem”, complementou.

A manutenção do crescimento da economia também depende, na visão de Juruna, de estímulos por parte do governo a investimentos privados em infra-estrutura. “Parece óbvio que num futuro próximo teremos problemas de gargalos de infra-estrutura, mas o governo ainda não discutiu abertamente com a sociedade como quebrar esses gargalos. Lá na frente, teremos problemas”, projetou.

Voltar ao topo