Alencar diz que não se opõe a moldes da PPP aprovado na Câmara

O vice-presidente José Alencar negou hoje no Rio, ser contra o modelo do Projeto de Parceria Público-Privada (PPP) aprovado pela Câmara dos Deputados, ao contrário do que havia dito ontem (25) o secretário particular dele, Israel Pinheiro Filho. “Não faço nenhuma crítica (à proposta). O que digo é que o Congresso Nacional e qualquer brasileiro devem ter liberdade absoluta de dizer o que pensam, ter liberdade de expressão. O Congresso tem o direito, o dever e a missão específica de examinar qualquer projeto que chega para ser analisado e votado”, disse Alencar.

Quanto às declarações de Pinheiro Filho, o vice-presidente afirmou que concede liberdade de expressão a todos aqueles que trabalham com ele.

“No meu gabinete, não proíbo ninguém de falar.” Segundo Alencar, o secretário particular, ex-deputado federal, é um político responsável que tem todo o direito de ter opinião. “A imprensa tem toda a liberdade de atribuir a posição de um assessor meu como a minha opinião, mas, neste caso, eu não penso assim.”

Ainda sobre o modelo de PPP, o vice afirmou que o governo precisa de parcerias para tornar viáveis grandes projetos de infra-estrutura. Alencar ressaltou que estes empreendimentos devem ser feitos com cuidado, “sem desvios e sem corrupção”.

O vice também falou sobre as denúncias envolvendo o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. “Eu não sou contra as investigações. O que eu sou contra é tentar fazer qualquer coisa antes do caso encerrado porque, do contrário, coloca-se o nome da pessoa numa situação de dificuldade perante a sua própria família e ao País, e às vezes, não tem nada contra aquela pessoa”, disse. “No caso dele específico, eu não posso dizer nada porque não conheço. Eu espero que ele seja um homem honrado.” Alencar ainda fez um breve comentário sobre a criação Conselho Federal de Jornalismo (CFJ).

“O conselho de qualquer instituição deve ser objeto de decisão da própria instituição.” Ele veio à capital fluminense por causa de dois compromissos: de manhã cedo, declarou o apoio formal à campanha do candidato a prefeito Marcelo Crivella (PL). Em seguida, participou da abertura do 6.º Congresso de Agribusiness, no Riocentro.

Ao se encontrar com Crivella, Alencar mostrou-se disposto a gravar publicidade eleitoral gratuita na TV pedindo votos. Disse, no entanto, que não deverá participar de atos de campanha nas ruas porque não teria tempo para atender a todos os candidatos do partido. O vice disse que não há qualquer constrangimento no governo por ele não apoiar o candidato a prefeito do Rio Jorge Bittar (PT). “Há um respeito recíproco.”

O vice-presidente defendeu o candidato do PL a prefeito do Rio, ao ser perguntado sobre as acusações de que ele não teria declarado todos os bens que tem.

“Nunca duvidei da absoluta seriedade com que o senador Crivella age na sua vida. Aquelas denúncias nem foram objeto de preocupação para mim. Eu já esperava que isso fosse superado.” Ele finalizou: “Em época de guerra, boato é como terra.”

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