Aldo afirma que barrará proposta sobre o fim da reeleição

Brasília – O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), revelou hoje (22) sua preferência pela disputa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2006. "Seria a disputa do século, entre o principal líder das forças que estão no governo e o outro líder da oposição e de seu partido (PSDB)", afirmou.

O deputado jogou uma pá de cal nas pretensões do PSDB, ao afirmar que não votará o fim da reeleição no ano que vem. "Os interessados que esperem 2007. Enquanto eu estiver como presidente, a Câmara não vai debater essa proposta", enfatizou. Ao mesmo tempo em que lançou a candidatura de Fernando Henrique, não poupou elogios ao prefeito de São Paulo, José Serra, com quem disse ter afinidade nas teses políticas e econômicas.

Aldo Rebelo afirmou que Serra não seria "o mais representativo" para enfrentar a próxima campanha, que teria como um dos principais focos a comparação entre os governos do PSDB e do PT.

Lula e Fernando Henrique seriam as pessoas certas para fazer o comparativo das duas administrações, na sua avaliação. "Um para apresentar o balanço de oito anos de governo e o outro de quatro anos", destacou. A posição do presidente da Câmara expõe um desejo de setores da esquerda que temem a candidatura de Serra por ser competitiva. Revela ainda o temor de que o prefeito de São Paulo poderia dividir o centro-esquerda e pôr em risco a reeleição de Lula. As preocupações dos aliados do Planalto aumentaram com a vantagem de Serra sobre Lula, apontada nas últimas pesquisas.

Independentemente da vontade dos protagonistas, Aldo afirmou que a campanha eleitoral está em curso, e que a disputa entre Fernando Henrique e Lula seria madura, já que são duas lideranças bem experimentadas, que se conhecem e convivem a muito tempo. "Acho que as idéias econômicas, políticas e sociais as iniciativas de cada um dos dois estadistas poderiam ser submetidas novamente ao povo brasileiro. Seria um bom paralelo para uma disputa civilizada e democrática", acrescentou. Para o deputado, Fernando Henrique se dedica ao "ofício permanente de conduzir a oposição".

Como a candidatura de Fernando Henrique não está cogitada dentro do PSDB, as palavras de Aldo soaram como provocação. Em relação a Serra, com quem se reuniu recentemente, ressaltou ter convergências que ultrapassam ao fato de serem torcedores do Palmeiras. " Temos também muita identidade da vida política, da economia do Brasil. No entanto, não acho que seja o prefeito o mais representativo para essa disputa, mas sim Fernando Henrique".

Em relação ao fim da reeleição, o presidente da Câmara jogou por terra a pretensão do PSDB de votar uma emenda constitucional em 2006, justamente no ano eleitoral, para acabar com esse instituto criado pelos próprios tucanos. "É uma desfaçatez as pessoas que fizeram tudo para aprovar a emenda da reeleição defenderem agora o fim do dispositivo", disse, procurando atacar os tucanos.

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), é um dos principais articuladores do fim da reeleição, que já teria simpatia do PT, do PSDB e do ministro Ciro Gomes, da Integração Nacional, do PSB. Se aprovada, a proposta é acabar com a reeleição a partir de 2010 e fixar um mandato de cinco anos para o presidente da República. Isso poderia beneficiar Ciro e o próprio Aécio. Mas Aldo Rebelo considera que seria impróprio discutir esse assunto justamente em um ano eleitoral.

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