Alckmin compara governo Lula ao período militar

O governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), comparou hoje (24) o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao período militar. Na avaliação do tucano, “percebe-se hoje nitidamente uma visão centralizadora equivocada”. E comparou: “O período militar tinha essa visão centralizadora.” Alckmin argumentou que a centralização não funciona, especialmente em um país do tamanho do Brasil. O governador observou que o governo federal tem tomado uma série de medidas de enfraquecimento dos Estados. “É todo dia. Não tem uma semana que você não tenha uma decisão que prejudique mais os Estados”, afirmou.

O governador disse que a União precisa tratar melhor os Estados. E salientou que São Paulo tem contribuído ao firmar várias parcerias com o governo federal. “Mas não tem reciprocidade”, reclamou. “Os Estados precisam ser um parceiro melhor; parceiro que seja melhor tratado”, acrescentou ele. “Estamos ajudando. O pessoal diz queremos Polícia Militar (PM) para fazer a guarda federal e fazem com os nossos policiais. Aí, querem a farda. E nós vamos ceder para o Brasil inteiro. Depois dizem que não têm onde colocar presos e trazem para São Paulo. Mas não tem reciprocidade”, insistiu.

Alckmin afirmou que até hoje (24) o governo federal ainda não tinha liberado recursos do fundos de segurança e penitenciário. “É inacreditável. Estamos entrando em setembro e até uma criança vê a gravidade do problema de segurança nas grandes metrópoles e o grande problema dos presos”, reclamou. “Sequer conseguimos assinar convênio. E não é São Paulo. É ninguém.” O governador reafirmou que até agora a União ainda não liberou os R$ 200 milhões referentes ao fundo de exportação. “Isso foi combinado. As exportações brasileiras estão batendo recorde e os Estados é que pagam isso porque além de não receber nada ainda temos que devolver o crédito do ICMS.”

Sobre a questão da reforma tributária, Alckmin disse que o pacote “maldades” – o aumento da carga tributária – é só para o governo federal. “A carga tributária aumentou em cima de Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e PIS (Plano de Integração Social), que é tudo para o governo federal. A bondade é em cima de Imposto de Renda (IR) e IPI, que nós (Estados e municípios) é que estamos pagando.”

Alckmin reforçou as declarações de ontem (23) do também tucano Aécio Neves, governador de Minas Gerais. “O Aécio tem razão em colocar essa questão federativa, que é central.” Às vésperas das eleições municipais, o governador de São Paulo disse ainda que “vê com preocupação” a liberação de verbas para municípios administrados pelo PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem (23), o governo federal lançou o programa Crédito Solidário, de financiamento imobiliário, na capital paulista. A cidade administrada pela prefeita e candidata à reeleição pelo PT, Marta Suplicy, receberá o maior volume de recursos do programa, R$ 49,6 milhões, ou quase 10% dos R$ 500 milhões disponíveis em todo o País. “Temos de ter sentido republicano de trabalhar acima de questões partidárias, que têm o seu momento. Mas tem de haver uma divisão nítida entre questão administrativa de governo e a questão partidária-eleitoral”, disse Alckmin.

Questionado se estava cansado de fazer reivindicações ao governo federal, Alckmin disse não ter direito de se cansar. “Temos de lutar. Eu não perco as oportunidades.”, disse.

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