Ainda não foi desta vez

Mobilizou-se a sociedade paranaense com o objetivo de ver concretizada a nomeação de jurista do Paraná para o egrégio Supremo Tribunal Federal.

Apenas um paranaense, e faz muito tempo, foi detentor de uma das vagas na excelsa corte: Ubaldino do Amaral.

Desta vez, o Movimento Pró-Paraná, ente de integração e relações institucionais do Paraná, ao lado de várias outras entidades de classe, como a Associação dos Magistrados do Paraná, Associação do Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil e Instituto dos Advogados, para somente citar estas, enviou esforços inauditos, sem o êxito esperado.

O Paraná, Estado pujante, sede da mais antiga universidade do País, a Universidade Federal do Paraná, diversas outras entidades educacionais, culturais e cívicas, não mereceu o tão esperado reconhecimento do governo federal.

O renomado O Estado de S. Paulo, em editorial publicado no último dia 9, discute, de forma elegante, os critérios adotados para nomeação, pelo chefe de Estado e governo, dos ministros de nossa mais alta corte de Justiça, “aquela que tem a responsabilidade de dizer o Direito em tudo o que se refere aos fundamentos político-jurídicos da nação, consubstanciados na Lei Maior”.

Não é conveniente enfrentar a temática, mas, não se pode fugir à oportunidade de lembrar que, a propósito, registrou o distinguido mestre Emerson Gabardo, no último domingo, dia 11, em “Direito e Justiça”, caderno que engrandece o nosso O Estado do Paraná: “Depois de muita expectativa, e também bastante especulação, finalmente Lula fez a indicação dos juristas que integrarão o Supremo Tribunal Federal. Observo que, rapidamente, a imprensa já rotulou os futuros ministros, asseverando que teriam sido escolhidos segundo os requisitos de raça (Joaquim Benedito Barbosa Gomes), `força jurídica de São Paulo’ (Antônio Cesar Peluso) e `compensação regional’ (Carlos Ayres Brito)”, e o ilustrado articulista tece merecidos elogios ao primeiro, objeto centro de sua crônica.

Na verdade, há que se reconhecer e proclamar as qualificações dos agraciados, todos eméritos juristas.

Todavia, o cenário jurídico paranaense não é menos pródigo em personalidades que consagraram a sua vida ao Direito e à Justiça, haja vista a relação de nomes ilustres que o Movimento Pró-Paraná fez chegar às mãos do presidente da República, através de Jorge Miguel Samek, homem público que engrandece nosso Estado.

Não percamos a esperança.

Lutemos incessantemente para que, em futuro que não é muito remoto, um paranaense seja homenageado pelo chefe da nação, ingressando na Casa que Ubaldino do Amaral soube dignificar.

Luís Renato Pedroso

é desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná e vice-presidente do Movimento Pró-Paraná.

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